Arroz é o mais novo vilão na mesa
Depois da carne e do feijão, junto com a soja, trigo e milho, o popular arroz apresentou aumento nos últimos 12 meses de 20,33% no seu valor, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Mais um item da alimentação entra na lista dos produtos com altos índices de preços nos últimos meses. Depois da carne e do feijão, junto com a soja, trigo e milho, o popular arroz apresentou aumento nos últimos 12 meses de 20,33% no seu valor, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). É a maior variação registrada em março deste ano, entre as 16 cidades brasileiras pesquisadas pela entidade.
O supervisor técnico da entidade no Ceará, Reginaldo Aguiar, explica que a alta do preço do arroz deve-se à elevação do preço internacional das commodities.
– O Brasil está sentindo o reflexo da crise mundial de alimentos – analisa.
De acordo com ele, há esforços no mercado interno para manter a trajetória crescente do preço deste cereal.
– Detectamos que há produtores de arroz pressionando a subida dos preços na País – afirma.
– Essa é uma barreira para não deixar de exportar o produto. Temos que aguardar o equacionamento desta questão – ressalta.
Ao analisar a série histórica do preço deste grão, observando dados do Dieese, o preço apurado em março deste ano (R$ 5,80 para 3,6 quilos) é maior que o de junho do ano passado (R$ 5,76) quando, segundo Aguiar, houve um pico no preço do arroz.
– O valor estava baixo em outubro de 2005, a R$ 3,96 [para 3,6 quilos] – comenta.
– A tendência de alta começou em março de 2006, com o preço da R$ 4,01. Depois de um pico em junho do ano passado, o valor registrou queda no mês seguinte, mas retomou o aumento em setembro, estabilizando em dezembro. Em fevereiro deste ano, começou de novo a crescer.
Em março passado, a variação foi de 1,93% frente ao mês anterior. Para Reginaldo Aguiar, o preço ´tende a se manter alto ou se elevar´.
Supermercados
O diretor executivo da Super Rede, Paulo Ângelo Cardillo, estima que em setembro próximo o preço do arroz deve começar a se estabilizar.
– Mas, vai ser ainda um preço alto – observa.
Ele explica o porquê dessa maior elevação registrada em Fortaleza.
– Os supermercados trabalham com uma margem de lucro estrangulada para o arroz – diz.
Segundo ele, o consumidor ainda não substituiu o produto por outro nas compras de alimentação.
– É que também ouve aumento das massas por conta da elevação do trigo. Mas, o consumidor vai levar aquilo que o bolso agüenta.
Ele aponta outras vantagens para a cesta de alimentação: O frango e o feijão estão com preços estáveis e não há risco de faltar arroz.