Arroz gaúcho é o primeiro produto brasileiro a receber denominação de origem

Certificado agrega valor e imprime marca de qualidade ao cereal.

O arroz do litoral norte gaúcho será o primeiro produto agrícola brasileiro a receber o registro de Denominação de Origem. Trata-se de uma modalidade de Indicação Geográfica (IG) do alimento que apresenta características exclusivas (aspecto, sabor, consistência) em decorrência do seu local de origem, como o clima e topografia. O certificado será entregue à Associação de Produtores de Arroz do Litoral Norte Gaúcho (Aproarroz) na Expointer, em Esteio (RS), nesta quarta, dia 1º.

O registro de indicação geográfica conquistado pelos produtores da região agrega valor e imprime uma marca de qualidade ao cereal. Há marcas de reconhecimento mundial, como o presunto italiano de Parma, o queijo Roquefort e o Champagne franceses. A indicação geográfica significa um ganho de qualidade no produto, permitindo maior competitividade nos mercados nacional e internacional.

O Ministério da Agricultura apoia tecnicamente associações de produtores para que os empreendedores rurais atendam os requisitos para da IG. No caso do arroz gaúcho, treinamentos promovidos por técnicos do ministério abordaram a organização da produção e incentivaram medidas de agregação de valor e diferenciação do produto.

Características

A principal peculiaridade do arroz produzido na região do litoral norte gaúcho é a maior porcentagem de grãos inteiros e a baixa taxa de gessamento, que confere maior translucidez e cor branca mais intensa ao grão. Isso é possível pela influência dos ventos, da temperatura e da umidade que predominam na área. O vento constante e a quantidade de água na região, pela proximidade com a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico, proporcionam clima e temperaturas estáveis, ideais para o cultivo do arroz.

Conforme a técnica da Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Rio Grande do Sul, Ana Lúcia Stepan, o arroz do litoral norte gaúcho já é reconhecido e valorizado pelos atacadistas e beneficiadores de todo o país, como produto de melhor qualidade e maior rendimento.

– Mas estas características ainda não são conhecidas pelo grande público. Com o registro da Denominação de Origem, a expectativa é que o consumidor perceba essas vantagens e consolide a demanda pelo produto de qualidade garantida – afirma.

Outras sete indicações geográficas no Brasil, todas na modalidade Indicação de Procedência, são os vinhos e espumantes do Vale dos Vinhedos (RS), café do Cerrado Mineiro, carne e derivados do Pampa Gaúcho, cachaça de Paraty (RJ), uva de mesa e manga do Vale do Submédio São Francisco (BA e PE), couro acabado do Vale do Sinos (RS) e vinhos e espumantes de Pinto Bandeira (RS). Na Indicação de Procedência, o alimento é reconhecido pelo modo de produção peculiar de determinada cidade, região ou país.

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