Arroz nuclear

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Coleção Nuclear da Embrapa: mais variabilidade genética para o arroz brasileiro

Embrapa Arroz e Feijão apresenta mais 550 variedades de arroz para a pesquisa nacional.

O Centro Nacional de Pesquisa em Arroz e Feijão (CNPAF/Embrapa) está disponi-bilizando para a pesquisa nacional a Coleção Nuclear de Arroz da Embrapa (CNAE). Segundo o pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Cláudio Brondani, trata-se do conjunto de amostras de sementes de arroz que representam de maneira mais significativa a variabilidade genética da cultura. “São 550 amostras possuidoras de maior potencial para geração de cultivares mais adaptadas, produtivas e com maior resistência a pragas, doenças e plantas daninhas”, explica o pesquisador. As amostras presentes na CNAE foram selecionadas, por meio da avaliação agronômica e da análise molecular ao longo de seis anos, dentro de um total de 10 mil amostras. Estas constituem o patrimônio genético das sementes de arroz do Brasil reunido pela Embrapa desde meados da década de 1970. Esse acervo é importante porque os pesquisadores o utilizam em cruzamentos para ampliar a base genética na busca por novas cultivares. “O problema é que, até então, apesar de numeroso, esse contingente de amostras também tinha sementes muito ‘aparentadas’, o que não conferia tanta eficiência ao trabalho do melhoramento de plantas”, explicou a chefe-geral da Embrapa Arroz e Feijão, Beatriz Silveira Pinheiro. 

CONSULTAS – Segundo Brondani, a CNAE estará disponível à comunidade científica brasileira para consultas. Na página da internet da Embrapa Arroz e Feijão (www.cnpaf.embrapa.br) pode-se acessar as características agronômicas e moleculares desse banco de germoplasma. Além disso, para centros de pesquisa que tradicio-nalmente possuem programas de melhoramento, como o Instituto Agronômico de Campinas (IAC), a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) e o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), serão enviadas sementes das 550 amostras. Brondani disse que um trabalho como esse não possui precedente no Brasil. No entanto, existem coleções nucleares no Instituto Internacional de Pesquisa do Arroz (IRRI), nas Filipinas, no Instituto Nacional da China de Pesquisas em Arroz (CAAS) e no Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Contudo, em nenhum deles há a publicação dos dados de caracterização das amostras no detalhe que a CNAE está divulgando.

Fique de olho
Um aspecto importante ressaltado pelo pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, Cláudio Brondani, é que mais da metade das 550 amostras é composta por variedades tradicionais ou crioulas coletadas em vários estados brasileiros. Com isso, as comunidades que porventura venham a perder suas sementes poderão recorrer ao acervo da CNAE. “Os pequenos agricultores são justamente um dos públicos-alvo. Com o suporte de técnicos da Emater de seus estados, eles poderão escolher a variedade que melhor atenda suas necessidades e fazer o pedido de uma amostra de sementes para multiplicação e posterior estabelecimento de suas lavouras”, afirmou Brondani.

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