Arroz: o problema é outro

 Arroz: o problema é outro

Presidente da Assembleia, Marlon Santos, critica entrada de arroz importado.

 O presidente da Assembleia Legislativa do estado, Marlon Santos, deputado estadual cachoeirense, fez o principal discurso da abertura solene da 20ª Fenarroz, ontem, no Ginásio Arrozão. Ele criticou o foco dado pelos produtores, o imposto sobre o agronegócio e chamou a atenção para a entrada de arroz importado para a indústria brasileira.

“Ao mesmo tempo em que tudo se cobra do produtor brasileiro em termos de exigências sanitárias, o arroz estrangeiro entra sem qualquer restrição, cultivado em terras fora do Brasil com o máximo de subsídio governamental e defensivos agrícolas possível”, alertou. “Atacar apenas o imposto é hipocrisia. A mesma voz que ataca o imposto é a que exige melhores serviços públicos, que são pagos pela arrecadação de Estado e municípios”, acrescentou.

Para Marlon, os produtores e participantes da cadeia produtiva do arroz devem é cobrar o bom uso do imposto. “A indústria tem que parar de facilitar a vida de quem produz errado. O Brasil permite a entrada do arroz produzido de qualquer jeito enquanto a produção aqui no país é altamente fiscalizada e com um custo de produção maior do que depois é obtido no mercado”, finalizou.

ORGULHO E COBRANÇA

 A fala de Marlon Santos completou os discursos anteriores, focados na exaltação à Fenarroz e aos problemas enfrentados hoje pela cadeia produtiva. O presidente da feira, Francisco Vargas, chamou a atenção para a preocupação da programação técnica, que focou no anseio por soluções, como o preço incompatível com o custo de produção, e da articulação política, com a cobrança de recursos federais para concluir o campus da UFSM/Cachoeira.

O prefeito Sérgio Ghignatti lembrou que Cachoeira do Sul chegou à 20ª Fenarroz vivendo “um momento mágico”, com a consolidação do polo regional de saúde no HCB e SUS e o polo de ensino superior, com Uergs, UFSM, Ulbra e UAB. “Temos motivos para nos orgulhar, de subir o astral e manter a autoestima”, completou o prefeito. Ressaltou, entretanto, as dificuldades dos municípios em manter a qualidade dos serviços e as dificuldades dos produtores, com os custos da lavoura.

Mistura política e setorial: concentração de lideranças na entrada do Arrozão /FOTOS JRGN

  

Momento do hino: abertura com discurso forte do deputado estadual Marlon Santos  

Aumento dos impostos deve seguir

O secretário estadual de Agricultura, Odacir Klein, usou passagens bíblicas e outros eufemismos para avisar que o governo do estado terá de manter o aumento nas alíquotas de impostos. A lei vigora até este ano, mas sem renovação haverá uma queda violenta de arrecadação. O aumento foi pedido pelo governador José Ivo Sartori e aprovado pela Assembleia para valer por tempo determinado.

Segundo Odacir, lembrando a passagem da multiplicação dos peixes e pães em uma pregação de Jesus Cristo, “na verdade, muitos levaram pães e peixes para a refeição. O que Jesus conseguiu foi que quem possuísse comida repartisse com os demais”. O princípio nortearia também o imposto e as negociações setoriais: “O que cada um tem para dar”.

ATENÇÃO

 

Além do secretário estadual de Agricultura, Odacir Klein, e do deputado Marlon Santos, outros quatro deputados estaduais compareceram à solenidade de abertura: Silvana Covatti, Zilá Breitenbach, Gilmar Sossela e Ernani Polo. Antes do encerramento também chegou o deputado federal Jones Martins.

Não faltou protesto também

 

 

 Manifestação do Cpers contra o Governo José Ivo Sartori, na saída da solenidade

Como manda a tradição das aberturas solenes da Fenarroz, com grande presença da classe política, também este ano houve protestos contra o Governo José Ivo Sartori. Em 2016 os sindicalistas ficaram no lado de fora do parque e apenas um estudante entrou para entregar uma carta de protesto para o governador Sartori. Desta vez, um grupo do Cpers/Sindicato conseguiu ficar na porta do Arrozão entregando panfletos contra os atrasos salariais e atacando “Sartori e seus aliados”.

FALOU & DISSE

“Em Cachoeira um grupo carrega o piano, fazendo a cidade acontecer. São sempre os mesmos e merecem meu carinho”
Deputado cachoeirense Marlon Santos, presidente da Assembleia Legislativa do estado

“Não vi na Fenarroz alguém vendendo lencinho para choro”

 

Secretário estadual Odacir Klein, elogiando a classe arrozeira e sua capacidade de superação 

8 Comentários

  • Mesmo blá blá blá de sempre. Só tem uma solução: – redução drástica de área de 20 a 30%… A indústria e o varejo teria que correr atrás do arroz, o governo arrecadaria menos impostos e o bancos menos clientes para “furar” os olhos… Dai e somente assim aprenderiam a nos respeitar, assim como estão fazendo com os caminhoneiros!!! Mas para que isso acontecesse teriamos que mostrar união como eles nos mostraram… Sem união de classe nada se resolverá. Só a Seleção Natural e me parece que os arrozeiros preferem morrer abraçados do que esquecer suas vaidades! Lembrem-se com os preços dos insumos atuais o prejuízo já tem nome: – preço de custo abaixo de R$ 55!!!

  • Comentário perfeito do Flávio, mas eu acho que a redução de área deveria ser de 50#. Mas infelizmente a grande maioria dos arrozeiros são contra essa redução, então salvem se quem puder, vamos plantar mais uma safra cheia e vender a 35,00 novamente em 2019.

  • meu amigo Marcos tu sabes bem como funciona ,se largar a terra aparece dez para arrendar e continua tudo igual.

  • Seu Jairo é por essa falta de união, planejamento, profissionalismo, egoismo, que isso acontece!!! Não é preciso entregar terra nenhuma. Basta que cada produtor decida reduzir em sua própria área! Ninguém é obrigado a plantar área cheia. Menos produção, menos despesas, preços melhores!!! Vocês não aprendem nada com os anos de El Nino??? Porque vcs acham que vendemos a R$ 50 a três anos atrás!!! Mas se não fizerem nada vcs vão seguir vendendo a R$ 35. Se está bom assim sigam arrendando!!!

  • Quando os produtores tiverem certeza de tudo que dizem quanto ao custo e preço de venda do arroz, deixarão de se preocupar se outro vai arrendar. O negocio está inviável. Deixemos para quem acha que da, se for competente mérito deste. Não adianta caminhar em direção ao desfiladeiro, seguindo o rebanho. Repito “cada um que tome sua decisão”. Se continua tudo igual,melhor é não plantar.Eu já parei…posso reclamar de outras coisas, do preço do arroz não.

  • Bom….frente a todos estes fatos, só reduzindo área plantada mesmo. Porque os politicos não frouxam imposto, mesmo pq eles tem razão q o problema é as importacões, o que todos nos produtores já sabemos. Mas solucão ou plano de governo pra resolver esse problema até o momento ninguém se habilita ou tem competência para apresentar e pôr em prática. Então rezemos que o dólar continuar alto para q o nosso produto se valorize e com custos altos todos se obrigam a reduzir área. META DO DÓLAR r$5,00.SDS.

  • É o cumulo do egoismo deixar que toda uma classe sucumbo até que se tome uma podição conjunta!!! Os caminhoneiros acordaram e se uniram… Os arrozeiros é que são inteligentes e vão esperar um por um quebrar achando que a situação vai melhorar… Eita povo evoluido esse!!!

  • É o cumulo do egoismo deixar que toda uma classe sucumbo até que se tome uma podição conjunta!!! Os caminhoneiros acordaram e se uniram… Os arrozeiros é que são inteligentes e vão esperar um por um quebrar achando que a situação vai melhorar… Eita povo evoluido esse!!!

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