Arroz: uma caixinha de surpresas mundial

“Não existe a garantia de rentabilidade na cultura do arroz”

Não há uma safra igual à outra e a cultura do arroz é uma caixinha de surpresas. Quando se imagina que os preços vão despencar, vem uma pandemia e os catapulta a valores jamais imaginados. Então, quando se projeta que os patamares serão mantidos e finalmente haverá rentabilidade estável, apenas o arroz entre os grãos em todo o mundo decresce e chega a cotações inferiores ao custo de produção. Até o trigo, antigo primo pobre das culturas, tem desempenho superior.

Em contrapartida, energia, combustíveis, fretes e insumos passaram a ser cotados com base nos preços recordes da soja e outros produtos, abrindo um abismo entre a realidade arrozeira e dos demais grãos. Então, imagina-se que o arroz chegou ao fundo do poço. Então, os Estados Unidos reduzem em 16% a sua safra para investirem mais em soja e milho e uma estiagem em todo o Mercosul e excesso de chuvas no Tocantins afetam profundamente as produção nas Américas. E a realidade torna a indicar preços melhores.

Não é por acaso que a área plantada com arroz não para de cair no Brasil, nos EUA e em países tradicionais, como Argentina e Uruguai. Mesmo o Paraguai, com custos inferiores, não tem conseguido manter o ritmo de evolução. Não existe a garantia de rentabilidade no arroz que há em outras áreas agropecuárias. E nem o coração e o bolso dos agricultores aguentam mais.

O mais incrível é que essa retração produtiva é justamente o que poderá mexer nos preços e recuperar área e produção nos EUA no fim deste ano, e mediante cotações rentáveis, estabilizar a dimensão das lavouras no Mercosul em 2022/23.

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