Arrozeiros ainda negociam valores com governo federal

Diretor do Irga acredita em solução nos próximos dias.

Está tudo combinado, nada resolvido”, declarou ontem, o diretor comercial do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Rubens Silveira, durante o encontro do setor arrozeiro com prefeitos, secretários e representantes de entidades da Zona Sul, sobre os anúncios do governo federal, na quarta-feira.

Silveira argumenta que até a tarde de ontem, ainda não estava definido o volume de recursos alocados para o arroz, se R$ 625 milhões ou R$ 675 milhões. Deste volume, também não está definido quanto será destinado ao Rio Grande do Sul e quanto ao Mato Grosso.

Outro ponto de discussão se refere ao preço da saca de 50 quilos. Enquanto a classe está decidida a não aceitar menos de R$ 27,00, o governo oferece R$ 23,00. Os debates devem continuar hoje, em Brasília, e se espera que haja acordo até o final do dia. O presidente do Irga, Pery Coelho, participa das discussões.

Silveira apresentou ainda, números sobre o impacto da atividade arrozeira na economia dos municípios da Zona Sul. Segundo estudo elaborado pelo Irga, a lavoura de arroz representa, nesta região, 5.431 empregos diretos e 1.777 na indústria de beneficiamento. Além disso, o arroz gera R$ 223 milhões de ICMS ao estado. A Zona Sul contribui com R$ 41,9 milhões e o retorno aos municípios é de R$ 4,6 milhões.

O evento em Pelotas foi realizado, no auditório 2 do Centro de Eventos, durante a 13a Fenadoce. Do encontro, saiu o Manifesto de Reivindicação dos Municípios da Zona Sul, contendo medidas emergenciais e estruturais para o setor, entre elas, compra de 1,5 milhões de toneladas por preços superiores ao custo de produção; revisão do Mercosul; recursos para campanhas de aumento de consumo; prorrogação dos financiamentos do custeio e investimento e parcelas relativas aos alongamentos de dívidas.

Uma cópia do documento foi entregue ao governador Germano Rigotto, que visitou os pavilhões da Fenadoce, na noite de ontem.
Os arrozeiros pedem ainda, respeito à política de garantia de preços mínimos, implementação imediata do seguro agrícola, aumento da Tarifa Externa Comum (TEC) para 35%, crédito agrícola, reforma tributária e abertura de novos mercados e apoio ao projeto de exportação.

DÍVIDAS

O vice-presidente de Agronegócios e Governo do Banco do Brasil, Ricardo Conceição, também participou da reunião com os arrozeiros, em Pelotas. Ele garantiu a prorrogação por um ano, das parcelas dos créditos de investimentos dos arrozeiros. Segundo ele, pode ser utilizado o mesmo modelo aplicado aos pequenos agricultores atingidos pela seca no estado. No entanto, a prorrogação das duas primeiras parcelas do custeio depende ainda, das definições realizadas em Brasília, sobre os mecanismos de comercialização para o arroz.

A primeira parcela do crédito de custeio dos arrozeiros gaúchos deve ser paga até 15 de julho. São no total, cinco parcelas, com vencimentos de julho a novembro. A intenção é manter as cinco parcelas e empurrar os vencimentos para dezembro e janeiro.

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