Arrozeiros gaúchos alcançam semeadura de 73% da área prevista nesta safra
(Por Sérgio Pereira, Irga) A semeadura do arroz em território gaúcho na safra 2024/2025 alcançou 692.993 hectares, até esta quarta-feira, dia 7 de novembro, valor que representa 73,1% da área total prevista que é de 948.356 hectares, segundo o Instituto Rio Grandense do Arroz. Entre as regionais arrozeiras, o Irga avalia que a Fronteira Oeste se encaminha para o término dos trabalhos e já totalizou 82,4% da superfície estimada. Foram 231.981 hectares dos 281.542 projetados para o cultivo nesta região).
A Planície Costeira Interna, que margeia pelo continente a Lagoa dos Patos, também avançou de forma mais intensa e alcançou o momento 80,2% da semeadura (115.321 hectares) das dimensões esperadas para este ciclo, que chegam a 143.825 hectares. Do outro lado da lagoa, e junto ao litoral, a Planície Costeira Externa bateu em 78,7% da intenção de plantio antecipada em agosto pelo Instituto. O solo já recebeu sementes em 78.207 hectares para uma área total projetada em 99.403.
Já a Zona Sul, última regional a começar a semear, tem mostrado alto poder de recuperação e evoluído rapidamente. Ela já registra 73,2% da área semeada, o que equivale a 121.543 hectares de um total previsto de 165.986 cultivados nesta temporada 2024/25. A área da Campanha aparece no levantamento desta semana com 70,4% do plantio concluído, chegando a 92.720 dos 131.740 hectares que o instituto arrozeiro computou como intenção de cultivo pelos produtores.
A região Central gaúcha, tradicionalmente a última a semear por fatores microclimáticos, de relevo – áreas mais propensas a enchentes – e características da própria lavoura secular, ainda não chegou à metade do previsto e recém alcança 42,3% dos 125.860 hectares previstos. Com a semeadura nestes 53.221 hectares, até agora, a expectativa é de que ao longo de novembro as operações sejam agilizadas. É uma região em que os produtores esperam o final de outubro por pelo menos dois motivos: escapar das enchentes comuns de primavera e eliminar até quatro brotações do banco de sementes de ervas daninhas, acumulado no solo, como o arroz vermelho e o capim-arroz.
Na região, as primeiras áreas cultivadas são em sistema pré-germinado. Nesta temporada, há características ainda mais especiais. A região foi profundamente afetada pelas enchentes de maio/junho, com perdas significativas estruturais e de solo, e ainda há produtores que não tiveram acesso ao crédito.
O coordenador da região Central do Irga, Ênio Coelho, destaca o empenho dos orizicultores gaúchos, em especial os da região Central. “O ponto importante a ser analisado e observado nesta semana na evolução de semeadura é a resiliência do produtor de arroz do Rio Grande do Sul, pois, embora tenham enfrentado dificuldades no início da implantação das lavouras, eles seguem em constante evolução em suas áreas. Isso demonstra a eficiência do sistema arrozeiro gaúcho”, afirma.
O coordenador da Fronteira Oeste, Cleiton Ramão, acrescenta que, nesta semana, a regional não registrou uma evolução tão expressiva. “Mas acreditamos que, pela previsão do tempo não marcar mais chuva para a próxima semana, em dez dias a área semeada irá ficará muito próxima dos 100% semeados. Os manejos estão dentro do esperado e já temos muitas lavouras com a irrigação iniciada, com os manejos de herbicida e ureia concluídos”, explica Ramão.
A evolução semanal da semeadura de arroz elaborado pelo Irga é coordenada pela Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater) a partir de informações coletadas pelos núcleos e regionais da autarquia no interior do Estado junto aos orizicultores gaúchos.