Ascensão retomada

 Ascensão retomada

Azevedo: perspectiva de um milhão de toneladas

Estiagem frustra expectativa do
Maranhão em colher
um milhão de toneladas.

O Maranhão consolida-se como terceiro maior produtor nacional de arroz, devendo colher 685,4 mil toneladas do cereal na safra 2012/13. Este volume representa um incremento de 46,5% em relação às 467,7 mil toneladas do cereal colhidas no período anterior, de acordo com o levantamento de janeiro da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A estimativa é de que a área crescerá 1,2%, passando de 426 mil hectares para 431,1 mil hectares. Segundo a Conab, a produtividade passará de 1.098 quilos por hectare para 1.590 quilos por hectare, um salto de 44,8% sobre a safra passada. Este desempenho, no entanto, está aquém da expectativa da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Pesca do Maranhão (Sagrima), que projetava colher cerca de um milhão de toneladas do cereal.

De acordo com o secretário da Agricultura, Cláudio Azevedo, o clima frustrou a expectativa maranhense, a exemplo do que ocorreu na temporada passada. Segundo ele, o período de inverno, que se caracteriza por chuvas de novembro a maio, está sendo o mais seco desde 1982/83, registrando apenas precipitações localizadas em áreas pontuais do estado. “Estamos sofrendo com resquícios do El Niño e isto certamente terá impacto na colheita que inicia em março e abril. Mesmo assim, o Maranhão terá uma safra de grãos com produção de cerca de três milhões de toneladas de arroz, milho, feijão, algodão e soja”, avalia.

Azevedo explica que o desempenho das lavouras só foi mantido graças a um forte investimento na agricultura familiar, por meio do Programa de Distribuição de Sementes, do uso de tecnologias, de assistência técnica e da ampliação das áreas irrigadas (que chegam a 15 mil hectares) para reforçar a produção de arroz no estado no ciclo em andamento. “Através do programa Viva Sementes a Sagrima concluiu a distribuição de 605 toneladas de sementes selecionadas de arroz a 60.500 agricultores familiares, incluindo as comunidades quilombolas, indígenas e assentamentos rurais”, informa.

A estimativa da Sagrima é de que com a distribuição de sementes seja plantada uma área de 15.125 hectares e alcançada uma produção de 22.687 toneladas de arroz. “O governo estadual disponibiliza aos agricultores um insumo de qualidade, com alto poder de germinação, pois muitos agricultores não possuem condições financeiras de adquirir as sementes e utilizam no plantio grãos de safras passadas que não alcançam a qualidade e a produtividade da semente distribuída pela secretaria”, observa Azevedo.

TENDÊNCIA
Segundo ele, as perspectivas futuras para a orizicultura no estado são muito positivas. “A tendência é de que tenhamos um clima mais favorável para a próxima safra, com chuvas dentro da normalidade. Uma das prioridades do governo do Maranhão é investir pesado em irrigação e já estamos em tratativas com a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) para o desenvolvimento de um programa que atenda as necessidades do estado”, adianta.

Azevedo também destaca avanços no campo da pesquisa, que começarão a gerar resultados com a instalação de uma unidade da Embrapa no estado, a Embrapa Cocais e Planícies, cuja construção da sede iniciará em 2013. Um dos primeiros trabalhos nessa área foi traçar um diagnóstico da orizicultura maranhense, que servirá de base para estudos posteriores. O trabalho foi realizado por pesquisadores da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), Embrapa Arroz e Feijão (GO) e da própria Embrapa Cocais, ao longo de um ano, em vários municípios produtores de arroz, entre os quais Arari, Pinheiro, Itapecuru, Pindaré, Grajaú, São Mateus e Vitória do Mearim.

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