Atenção às pragas na safra de verão

Deficiência no monitoramento é a principal causa de infestações das lavouras do Rio Grande do Sul..

A safra de verão está começando e, com ela, as preocupações com os ataques que causam danos econômicos, reduzem o rendimento de grãos ou diminuem a qualidade do produto. Estimativas extra-oficiais indicam que a perda ocasionada por pragas pode chegar a 20% da produção de grãos no Rio Grande do Sul, mesmo com as ações de controle adotadas.

O tratamento correto da semente e a aplicação de inseticidas específicos, que evitem a reinfestação, conservando os inimigos naturais, ou ainda o controle biológico, são fatores que reduzem os problemas. O gerente técnico da Cooplantio, Dirceu Gassen, alerta: o produtor não pode relaxar.

– O negócio da agricultura se tornou apertado. Por isso, é preciso melhorar o desenvolvimento dos processos.

A observação constante é um outro conselho muitas vezes deixado de lado.

– Falta monitoramento. O produtor tem que ter o hábito de ir na lavoura e olhar – alerta Gassen, ao apontar a necessidade de qualificação e educação constante também dos que prestam assistência técnica ao agricultor.

– Às vezes, as pragas sequer são identificadas, não só pelos produtores, mas também pelos assistentes técnicos. É preciso se antecipar ao problema. O óbvio tem de ser repetido.

O entomologista da Embrapa Trigo, José Roberto Salvadori, enfatiza que são poucas as situações em que o produtor não possui tecnologia totalmente disponível para controle. A lacuna aplica-se, por exemplo, a pragas emergentes, como moluscos e grilos, tanto na soja quanto no milho, citou. Além delas, no milho existe o coró, que destrói o sistema radicular. Contudo, Salvadori alerta que a grande maioria das pragas é bem conhecida, bem como seu manejo e controle.

– O monitoramento está abaixo do desejável.

Salvadori preconiza que o monitoramento de áreas de milho e soja deveria ocorrer, no mínimo, uma vez por semana.

– Existe tecnologia economicamente aceitável e tecnicamente eficiente.

Insetos podem agravar perdas na lavoura

Dos insetos que atingem a soja, os especialistas apontam a lagarta-da-soja entre os mais significativos. O clima quente e seco facilita a sua proliferação. Com alta capacidade reprodutiva, a praga pode ser controlada com pulverizações. A oleaginosa é atacada ainda pelo tamanduá-da-soja, que pode levar a planta à morte, e pelos percevejos, insetos sugadores. Na cultura do milho, a lagarta-do-cartucho tira o sono do produtor. Como a praga migra para o interior cartucho, o controle tem de ser feito antes que o inseto penetre no conjunto da folhas centrais que ainda não abriram.O pulgão também afeta a cultura.

No caso do arroz, a vilã é a bicheira-da-raiz que interrompe o crescimento, danifica o sistema radicular, provoca atraso no desenvolvimento e leva a morte das plantas. O comportamento do clima não tem nenhuma influencia na alastramento da praga.

Segundo o entomologista do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Jaime Vargas de Oliveira, o aumento de temperatura favorece apenas o ciclo natural de deslocamento, do local de hibernação para a lavoura, entre os meses de outubro e dezembro. Outros problemas comuns na lavoura do arroz são os percevejos e as lagartas.

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