Bichos do arroz

Marrecos-de-pequim fazem a festa nas lavouras. E dos produtores.

A região de Torres, no litoral norte gaúcho, é pioneira no Rio Grande do Sul no sucesso do controle de pragas com o uso do marreco-de-pequim nas lavouras de arroz em sistema de cultivo pré-germinado. A ave é importante aliada do agricultor no combate ao arroz vermelho, com utilização na entressafra. A maioria dos produtores aderiu à estratégia, buscada em Santa Catarina. A técnica garante também outras vantagens: aumento da fertilidade da terra e diminuição do custo de operações de preparo do plantio. Isso porque é menor a demanda por adubo, pode-se dispensar o inseticida em algumas situações e o meio ambiente é preservado. 

Nascido em família de produtores, Jairo Matos optou pela utilização de marrecos na sua lavoura há três safras e garante que com a ave é possível um aumento de até 30 sacas de arroz por hectare. Nesta safra ele está com 500 marrecos em sua lavoura, que devem permanecer até setembro. Na região, segundo ele, há cerca de 25 mil aves fazendo o controle da lavoura. “Estamos aprendendo com o marreco, descobrimos que com o capim-arroz ele não é eficiente, ainda escapa alguma coisa, mas o arroz vermelho ele elimina em torno de 98%. O bicho é um sucesso”, diz. 

Com a propaganda de boca a boca, a técnica de controle começou com 1.600 aves e já chegou ao pico de 35 mil na safra passada. “Produtor tem um lado cientista, pesquisou, foi atrás e trouxe o manejo para cá”, conclui Matos.

Como Funciona
>> Os filhotes são adquiridos entre seis e 14 dias
>> Entre os 25-30 dias, quando está 70% empenado, ele é solto
na lavoura, no fim de abril
>> A área colhida é tombada e inundada, como deve permanecer durante a entressafra
>> A alimentação do marreco é cortada para que ele procure os alimentos na lavoura, no caso as pragas e as ervas daninhas, assim como outros elementos prejudiciais ao arroz 
>> É preciso de 30 a 40 marrecos por hectare para obter efeito
>> não é necessário cercar a área onde os marrecos estão (a ave não sai da área inundada) 
>> O tempo máximo de uma ave nesse trabalho é até atingir seis meses de vida, porque depois desse período inicia o acasalamento e é preciso retirá-los da área, pois já não remexem tanto na terra

Vantagens
>>
Aumento da produtividade
>> Lavoura limpa
>> Reduz em torno de 60% as operações de preparo para o plantio
>> Redução do uso de adubo 
>>  Substituição de adubo químico pelo orgânico

Fonte: produtor Jairo Matos

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