Biotecnologia made in Europa

 Biotecnologia made in Europa

Produtores e cientistas visitaram laboratórios da multinacional na Alemanha e na Bélgica

Grupo de brasileiros conheceu pesquisas da Basf na Europa.

A convite da Basf, 14 representantes do setor orizícola gaúcho – entre eles o presidente do Irga, Maurício Fischer, e o diretor-técnico da instituição, Valmir Menezes; o presidente da Federarroz, Renato Rocha; o presidente da Câmara Setorial do Arroz, Francisco Schardong, e o presidente do Sindarroz, Élio Coradini – viajaram à Europa entre os dias 27 e 31 de outubro para conhecer os últimos avanços na área de biotecnologia para diversas culturas, em especial o arroz, desenvolvidos pela multinacional. 

O roteiro incluiu uma visita à empresa Crop Design – que integra a Basf desde 2006 -, em Bruxelas, na Bélgica, onde a empresa desenvolve tecnologias para diversos cultivos que visam maior rendimento de grãos, incremento de biomassa nas plantas (raiz e foliar), maior eficiência no uso de nitrogênio, marcadores para cultivares com tolerância ao frio, além do aumento da panícula, no caso do arroz. 

Na Alemanha o grupo teve a oportunidade de conhecer laboratórios e casas de vegetação (green houses) na cidade de Heidelberg e acompanhar os trabalhos de pesquisa com novas moléculas para a agricultura (quanto ao emprego de fungicidas, herbicidas e inseticidas) em Limburgerhof, além de visitar outra unidade da Basf, em Ludwigshafen. 

De acordo com Maurício Fischer, as estações experimentais da Basf daqueles países desenvolvem tecnologia de ponta para diversas culturas, além de difundir infor-mações na área de biotecnolo-gia. “Os materiais, que são todos transgênicos, estarão disponíveis no período de 2012 a 2015. Os laboratórios, que têm capacidade para 200 mil análises por ano, mostram o que há de melhor em tecnologia com automatização em todos os processos”, destacou o presidente do Irga.

 

Oportunidade única

Na Crop Design chamou a atenção do grupo de cientistas e produtores brasileiros o trabalho com a plataforma TraitMill, que compreende um conjunto de técnicas genômicas aplicadas na identificação de genes e suas funções. Além desse método inovador os visitantes tiveram a oportunidade de ver de perto a estrutura de robótica na casa de vegetação, que permite ensaios de expressão de cinco mil a 10 mil genes. 

Durante o processo de observação um dos métodos aplicados é de análise por imagens. Cada planta é fotografada várias vezes e à medida que essas imagens são produzidas, dezenas de parâmetros são calculados por um software e enviados para o banco de dados realizar as análises. 

Para Élio Coradini, presidente do Sindarroz-RS, o convite representou uma oportunidade única para a orizicultura gaúcha e um privilégio para poucos brasileiros. Segundo o dirigente, a visita também serviu para mostrar o alto grau de especialização da pesquisa conduzida pela multinacional, fabricante de defensivos agrícolas que desenvolve inovações para o cereal desde o ano de 1960. 

“Fica cada vez mais evidente que o caminho é a biotecnologia. Esta, aliás, é a palavra de ordem na visão dos pesquisadores. Eles calculam que a população mundial será de nove bilhões de habitantes em 2050, o que vai exigir mais alimentos para suprir a demanda. Para aumentar a produtividade sem aumentar a área, que é o caso da Europa, só com transgênico”, observa o presidente do Sindarroz. O lançamento de inúmeras novas variedades de arroz e a liberação de cultivares transgênicas e mutagênicas no Brasil nesta safra colaboram com a evolução da lavoura.

Fique de olho
No exterior a Basf detém variedades transgênicas de arroz que oferecem produtividade até 40% superior a sementes convencionais – tecnologia desenvolvida pela belga Crop Design. A empresa também mantém parceria com a Monsanto desde março para desenvolver sementes de milho, soja, algodão e canola geneticamente modificadas e tolerantes à seca.

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