Bolívia estende liberalização tarifária sobre importação de arroz até outubro
(Por Planeta Arroz, com EFE) O governo boliviano emitiu nesta quarta-feira um decreto que prorroga a isenção tarifária de importação de arroz estabelecida em outubro do ano passado, para garantir o abastecimento do mercado interno do alimento e controlar seu preço.
Durante uma coletiva de imprensa na Casa do Governo em La Paz, o Ministro do Desenvolvimento Produtivo, Zenón Mamani, explicou que a referida extensão estará em vigor “até 31 de outubro” com o objetivo de “garantir a segurança alimentar” da população.
Mamani indicou que a decisão foi tomada devido ao “excesso de chuvas” que caiu nas áreas produtoras, o que “afetou a campanha de verão”, e também para garantir “um preço justo” pelos alimentos no mercado interno.
O governo de Luis Arce suspendeu as tarifas sobre as importações de arroz em outubro como medida contra a especulação de preços e o contrabando reverso, já que o produto é enviado para países vizinhos onde seu valor é maior do que na Bolívia.
Naquela época, o preço de cada quintal (saco de 100 quilos) de arroz premium subiu de 262 bolivianos (US$ 37,9) para mais de 460 (US$ 66,5).
Em meados do ano passado, o governo boliviano suspendeu temporariamente as tarifas sobre trigo importado e itens de higiene pessoal e, posteriormente, aplicou a mesma medida aos medicamentos.
A Bolívia registrou uma inflação acumulada de 5% até março, enquanto no ano passado atingiu 9,97%, a maior desde 2008, quando ficou em 11,8%.
O aumento do preço coincide com a escassez de dólares que o país enfrenta desde o início de 2023 e o fornecimento irregular de combustível.
Esses fatores geraram protestos constantes de setores como transportadores, comerciantes e mineradores, que exigiam que o governo tomasse medidas efetivas para corrigir a situação econômica.
Nesta semana, o governo estabeleceu um reajuste salarial de 10% para o salário mínimo e de 5% para o salário-base, algo que foi questionado pelos empregadores, que alertaram que isso levaria a uma “inflação descontrolada”.