Bom momento vivido por arrozeiros não pode ofuscar endividamentos e custos elevados de produção do setor
Alta de preço do arroz é contestada por produtor da região metropolitana de Porto Alegre.
Provocada pela demanda mundial aquecida e a preocupação com a falta do produto em vários países, o valor da saca do arroz aumentou nos últimos meses. De acordo com economistas, os preços internos do cereal estão sendo puxados pelos preços do mercado internacional.
Apesar da produção brasileira ser suficiente para abastecer o mercado interno, a cotação internacional influencia os preços no Brasil. No entanto, o produtor Pedro Chaves Barcelos discorda das constatações. Produtor do cereal em Viamão, Barcelos acredita que o preço começa a voltar ao patamar de 4 anos atrás, onde a inflação estava descontrolada.
O produtor acredita que o preço da saca havia caído nos últimos anos em função da excessiva produção da região centro-oeste do país e de países como Uruguai e Argentina, que exportam o arroz para o Brasil com menores impostos de produção. Pedro Chaves Barcelos acredita que com o aumento do preço internacional, o produtor começa a recuperar seus valores do passado e descarta inflação
– As pessoas não se dão conta que vendíamos saca a 17 reais há 2 anos atrás e agora o preço melhorou, chegando a 35, o mesmo patamar de 4 anos atrás. O preço está voltando ao normal e não tem nada a ver com a inflação, o governo federal não percebe isso. O que aumentou de preço foi o adubo, que no passado conseguia comprar 1 tonelada do fertilizante com a venda de 36 sacas de arroz. Hoje tenho que comercializar 51 para adquirir o mesmo adubo – alerta Barcelos.
É neste importante momento de recuperação que o deputado Jerônimo Goergen (PP) vem trabalhando em projetos que visam o desenvolvimento do setor como o Conselho Paritário para formação de preços dos insumos e fertilizantes agrícolas, além da formulação do Conseleite e Consuíno que foram idealizados para aumentar a renda de produtores.
– O governo não pode nesta hora falar em inflação e prejudicar o produtor que finalmente passa a ter uma recuperação. Produtor com renda torna desenvolvimento efetivo nas comunidades – diz Jerônimo.