Bons sinais

 Bons sinais

Cenário positivo para o arroz precisa agora se concretizar.

O cenário do mercado brasileiro de arroz para o período que vai de setembro de 2009 a fevereiro de 2010 vem recebendo bons sinais, que poderão ser traduzidos por recuperação de preços, segundo os principais analistas do país. O indicativo do menor estoque de passagem em 11 anos e o bom desempenho nas exportações, equilibrando a oferta e a demanda interna, bem como a execução dos mecanismos de comercialização do Governo Federal, não foram suficientes para sustentar os preços em patamares remuneradores para a maioria dos produtores até agosto.
Isso ocorreu principalmente pela concentração dos vencimentos de custeio da safra, empréstimos do Governo Federal (EGFs) e parcelas de pagamento de dívidas históricas renegociadas em Pesa e securitização. Além disso, agosto é o mês em que os agricultores formam seus estoques de insumos e revisam máquinas e equipamentos para a safra. Estes compromissos obrigaram o arrozeiro a buscar liquidez, ofertando cereal. A lei de oferta e demanda mais uma vez predominou e os preços caíram.
A partir do momento em que houver equilíbrio entre a intenção de venda do produtor e de compra do mercado, os estoques, exportações, referência de preços externos, estimativa de safra e a volta do Governo com mecanismos de comercialização e incentivos à exportação – prevista para setembro – voltarão a ter maior relevância na definição de preços. “A ação do Governo cria uma referência de preços que no momento é positiva para a cadeia produtiva”, afirma Renato Rocha, presidente da Federarroz.

ESTOQUE – A expectativa da Conab é de que o Brasil chegue ao dia 28 de fevereiro de 2010 com o menor estoque de passagem da década: 970 mil toneladas, somando silos públicos e privados. A projeção era de 1,39 milhão de toneladas em junho e a companhia revisou os números considerando o desempenho de exportações, importações e da produção no Norte/Nordeste do Brasil. O último estoque de passagem destas proporções foi verificado no ciclo 1997/98, quando os preços internos subiram rapidamente no Rio Grande do Sul de US$ 12,00 para US$ 15,60 a saca de 50 quilos.

 

FIQUE DE OLHO
Segundo os analistas de mercado, a valorização do real perante o dólar será um limitador importante para que as cotações internas alcancem uma recuperação maior. “O crescimento da presença brasileira como importante agente no mercado mundial torna os preços internacionais cada vez mais importantes como pilares de sustentação do mercado doméstico”, explica Élcio Bento, analista da Safras & Mercado. Segundo o analista, os números de abastecimento interno são apertados e mostram a necessidade do país importar. “O preço no qual o arroz chegará ao mercado doméstico determinará o comportamento das cotações”, afirma.

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