Camil x Saman

 Camil x Saman

Camil Alimentos assinou acordo para a compra da uruguaia Saman, principal beneficiadora de arroz daquele país e uma das maiores exportadoras mundiais, que comercializa mais de 50% da produção local. As duas empresas estão concluindo a fase de auditoria e o negócio será finalizado em novembro. Segundo informações da Agência Estado, com a aquisição o faturamento da Camil deve superar R$ 1 bilhão este ano, enquanto sozinha sua previsão era de R$ 750 milhões. A Camil estará assumindo a participação da Saman no mercado internacional, o que é positivo, pois é uma empresa brasileira adquirindo um know-how em exportações de arroz que é uma carência brasileira. A negociação mexeu com o mercado brasileiro de arroz.

 

Centenário

 Terceira maior produção de arroz do Rio Grande do Sul, o município de Alegrete comemora 100 anos de produção orizícola em 2007. Para celebrar a data, a Prefeitura promoverá nos dias 9 e 10 de novembro o Tributo ao Imigrante, no Clube Juventude de Alegrete. Conforme o secretário de Turismo, Volnei Nemiez, a cultura do arroz foi levada ao município por colonizadores italianos. Na plantação inicial de 1907 foram utilizadas 80 sacas de sementes e a irrigação foi realizada por meio de uma bomba com força de 21 cavalos, fornecendo 18 mil litros de água à lavoura. As primeiras lavouras foram semeadas em três quadras e arrendadas no terceiro distrito, denominado Jacaraí.

 

Teste

I – A Estação Regional de Pesquisa do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), em Uruguaiana, testa nesta safra novas linhagens de arroz do Programa de Melhoramento Genético do Arroz, que poderão se tornar cultivares nos próximos anos. São 17 ensaios de rendimento, contemplando linhagens elites e em fase de pré-lançamento do sistema pré-germinado. Os testes acontecem em diferentes locais do RS para adequar as linhagens com o clima das regiões gaúchas. Em Uruguaiana são testados ainda os níveis de adubação e fertilização nas cultivares Irga 423 e Irga 424.

II – Nesta safra foi lançado um programa de melhoramento específico para a fronteira-oeste, para desenvolver cultivares com alto potencial produtivo, ciclo mais longo e maior resistência das plantas ao acamamento. A Estação Regional realiza ensaios bioclimáticos, com cultivares de diferentes ciclos plantadas de setembro até o fim de novembro. O Irga mantém estações regionais em Cachoeira do Sul e Santa Vitória do Palmar e subestações em Dom Pedrito, Camaquã e Torres.

 

México

I – A cadeia produtiva de arroz brasileira enviou dois emissários ao México para conhecer a realidade do mercado arrozeiro naquele país e também estudar a possibilidade de abrir negociações para exportar arroz para os mexicanos. Representaram o setor arrozeiro o diretor comercial do Irga, Rubens Silveira, e o dirigente da Federarroz, João Simão. A conclusão é de que a venda de arroz gaúcho para o México é possível, diante da retirada de alguns obstáculos. O Brasil precisa resolver problemas tarifários e fitossanitários para que o arroz fique competitivo no México. A revisão da ACL 53, que dispõe sobre as tarifas de importação dos mexicanos, poderá incluir a tarifa zero ao cereal, patamar já alcançado pelos Estados Unidos, por exemplo.

II – As exportações de alimentos do Brasil para o México foram de apenas 270 milhões de dólares no ano passado e o Governo brasileiro tem encontrado dificuldades para avançar em liberalização do mercado mexicano. O país importa cerca de 800 mil toneladas de arroz por ano, sendo os Estados Unidos o principal exportador. O perfil importador é de arroz em casca, o que abriria um novo nicho para o Brasil, que quase não exporta esse tipo de produto.

 

Bolsa de arroz

I – A cadeia produtiva do arroz começa a se articular para a entrada desta commodity nas negociações da Bolsa de Mercadorias & Futuro (BM&F). O presidente da RiceProducer, espécie de associação de produtores de arroz dos Estados Unidos, Dwight Roberts, o presidente da FirstGrain e ex-executivo da Uncle Beans Milo Hamilton e o corretor de mercado de arroz Jaw Davis se reuniram com todos os elos da cadeia produtiva e com a BM&F para avaliar a formação de um pregão internacional. Eles pretendem entrar com a montagem do programa e a consultoria no programa. Ao produtor, a vantagem seria uma estabilidade maior de preço, a partir do referencial para negociar, o que ajudaria na ampliação das linhas de crédito e financiamento.

II – Em 2007, a produção mundial do cereal girou em torno de 670 milhões de toneladas. No entanto, as vendas externas não ultrapassaram a marca de 30 milhões de toneladas. Mesmo o Brasil ainda sendo um país importador, a imagem de celeiro agrícola pode estar atraindo a atenção de investidores de outros países que procuram regiões onde a produção possa ser ampliada e que tenha condições climáticas favoráveis, como a presença de água em grandes quantidades para a utilização na irrigação do arroz. O grupo de norte-americanos também demonstrou interesse pelo Uruguai e a Argentina, tradicionais exportadores de arroz para o Brasil. O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) também está realizando estudos para avaliar a viabilidade desse contrato futuro.

 

APPs

Representantes de comitês das bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo aprovaram proposta para modificar a legislação que trata da implantação de áreas de preservação permanente (APPs), faixas próximas de rios, arroios, açudes e banhados, durante o 9º Fórum Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas, em Foz do Iguaçu. Pela legislação atual as faixas são muito largas. 

Um grupo de trabalho será formado nas câmaras técnicas dos conselhos nacionais de recursos hídricos (CNRH) e de meio ambiente (Conama) para reestudo e discussão técnica. Se aprovada, a proposta permitirá que a largura das faixas junto aos mananciais seja reduzida, aumentando a área da lavoura de arroz. Além disso, possibilitará a construção de novos açudes e barragens.

 

Free

A Câmara do Comércio Exterior (Camex) aprovou a redução da tarifa de importação de dois fertilizantes. Os itens adubos ou fertilizantes com nitrogênio, fósforo e potássio e fertilizante binário com nitrogênio nítrico mais fósforo entraram na lista de exceção à Tarifa Externa Comum do Mercosul (TEC) e as tarifas de importação desses produtos passaram de 6% e 4%, respectivamente, para zero. A mudança foi proposta pelo Mapa. Em 2006 foram importados 11,7 milhões de dólares de adubos com nitrogênio, fósforo e potássio e 45 milhões de dólares em fertilizante binário com nitrogênio nítrico mais potássio.

 

 

 

CDO

 As indústrias Camil, SLC, Engenho Coradini e Josapar estão desobrigadas de pagar a taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (CDO) do arroz importado em casca ou em qualquer estágio de industrialização. Uma sentença de primeiro grau da 6ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre determinou que as empresas estão desoneradas do tributo. A medida vale até que o Tribunal de Justiça do Estado (TJRS) julgue o processo movido pelas empresas, conforme informou o sócio no Rio Grande do Sul da Martinelli Advogados, Gustavo Goulart, que representa as indústrias. A assessoria jurídica do Irga comunicou que irá recorrer.

 

Ensaio

 O município de Paranatinga (MT), a 260 quilômetros de Rondonópolis, recebeu nesta safra três campos experimentais de arroz da Embrapa. As unidades demonstrativas terão três hectares cada e permitirão a realização de ensaios que apontem as condições de manejo e resultados em rotação de cultura de soja, reforma de pastagem degradada e na rotação de pastagem com dois anos. O investimento de R$ 17 mil resultou do Arranjo Produtivo Local (APL) desenvolvido pelo Sindicato das Indústrias da Alimentação da Região Sul de Mato Grosso (Siar/Sul), em parceria com Sebrae e Embrapa. Serão testadas oito variedades de arroz, em plantios no cedo e no tarde, para avaliação da época de semeadura. A demanda foi identificada pelos produtores, que desejam uma opção para rotacionar a cultura da soja, além do sorgo e do milho.

 

Mercosul

I – As assimetrias existentes na produção de arroz entre o Brasil e o Uruguai foram os temas debatidos na visita que o embaixador do Uruguai no Brasil, Pedro Humberto Vaz, realizou ao Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga). O presidente do instituto, Maurício Fischer, recebeu o representante uruguaio, juntamente com o presidente da Federarroz, Renato Rocha, e outros líderes setoriais. O setor arrozeiro apresentou três propostas para melhorar o mercado no Mercosul e recebeu a garantia de que os pleitos serão levados para o fórum de discussão do bloco econômico da América do Sul.

II – A principal proposta gira em torno da montagem de um sistema de exportação comum para escoar o produto para terceiros países, racionalizando o esforço isolado de exportação de cada um dos integrantes do bloco. Isso poderia reduzir a oferta intrabloco, o que deprecia os preços e prejudica todos os produtores. O setor propôs ainda o aumento da Tarifa Externa Comum (TEC), visando proteger os países da importação de terceiros mercados, como vem acontecendo no Brasil, onde os estados do Sudeste importam o produto de Suriname, entre outros países.

III – A entrada indiscriminada de arroz uruguaio e argentino no Brasil é uma das questões de maior preocupação levantadas por Irga e Federarroz. O setor pede que sejam estudadas épocas de importações que não deprimam os preços dos produtores nacionais, principalmente no primeiro semestre. O presidente da Federarroz, Renato Rocha, afirmou que o embaixador uruguaio foi receptivo aos pleitos e que diversas reuniões com os produtores dos três países já foram realizadas com consenso, faltando um acordo entre os governos. O cônsul do Uruguai em Porto Alegre, Pablo Scheiner, também participou do encontro.

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