Cenário indica redução de área no RS

 Cenário indica  redução de área no RS

Barragens secas: volume de água determinará a dimensão da lavoura gaúcha

Clima, endividamento
e falta de crédito são
as principais causas.

Apesar da recuperação dos preços do arroz em 2012, o que naturalmente é fator de aumento da área cultivada no Rio Grande do Sul, a expectativa para a safra 2012/13, há semanas do início do plantio, é de uma redução na superfície semeada. Raros analistas e entidades arriscam um palpite de percentual, mas a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) estima a queda de 14,5% na lavoura gaúcha. Na safra 2011/12, ela representou quase 50% da área nacional e 64,5% da produção. Segundo a Federarroz, a superfície semeada encolherá de 1,053 milhão de hectares para 900 mil.

O presidente da entidade, Renato Rocha, considera que a alta dos preços em 2012 não é o fator preponderante para este cenário indicado pelos arrozeiros. “O problema é a falta de água para a irrigação. As barragens estão comprometidas por dois anos de seca. E também existe a oportunidade dos agricultores cultivarem soja em várzea”, argumenta. Para piorar, a chegada do fenômeno climático El Niño, com chuvas intensas, está prevista no período de plantio da safra de arroz, entre setembro e novembro.

Confirmando-se a queda prevista pela Federarroz, o cultivo nacional poderá cair entre 7% e 8%. A estimativa leva em conta uma recuperação parcial dos mananciais gaúchos até outubro para a média dos últimos anos. Esta é a época em que o manejo da irrigação é determinante para o sucesso da lavoura. No Mato Grosso espera-se nova queda na área cultivada, que em Santa Catarina se manterá estável. O Irga deve divulgar uma projeção com a intenção de plantio no RS durante a Expointer, no final de agosto. O presidente Cláudio Pereira considera o cenário desta safra muito diferente das outras. “Há uma grande insegurança em função do clima”, revela.

AUMENTO
O analista da área de arroz da Safras & Mercado, Eduardo Aquiles de Souza, considera que a área do Rio Grande do Sul deve ser praticamente a mesma na próxima safra, se houver a recuperação dos mananciais. “O clima será decisivo, mas os preços em alta têm efeito sobre a tomada de decisão do arrozeiro”, lembra. Para ele, o Sul do Brasil terá, na próxima temporada, comportamento produtivo similar a 2011/12, que pode oscilar levemente para mais ou para menos. Em todo o Brasil, numa projeção de julho, a estimativa mais otimista da Safras & Mercado prevê um aumento da intenção de plantio em 1,3%, o que foi considerado “pouco provável” pelos arrozeiros.

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