Chuva extrema alcança perto de 300mm na Planície Costeira Interna
Em Tapes, algumas lavouras chegaram a ficar com um metro de água acima das plantas. (Fábio Eckert/Divulgação)
(Por Planeta Arroz) Um episódio de chuva extrema atingiu municípios da Planície Costeira Interna à Laguna dos Patos, no Rio Grande do Sul e trouxe prejuízos ainda não contabilizados para as lavouras de terras baixas: arroz, soja e milho. Os maiores problemas foram registrados nas áreas de rotação em que está implantada a soja. Um acumulado próximo de 300 milímetros de chuvas, sendo 250mm apenas na terça-feira, deixou várias lavouras sojeiras com mais de um metro de água acima das plantas. A cultura não tolera estresses hídricos prolongados e a drenagem costuma ser boa, mas em função do grande volume das chuvas os sistemas de muitas lavouras não deram conta de retirar toda a água em 24h, como o recomendado. As chuvas de terça-feira, em alguns locais, foi equivalente a um mês, em especial nos municípios de Camaquã, Tapes e Barra do Ribeiro.
A Metsul Meteorologia explicou que o evento de chuva extrema foi limitado em dimensão geográfica e essencialmente localizado, e também causou a interrupção parcial da BR-116.
A meteorologista do Irga, Jossana Cera, explica que não chega a surpreender este tipo de ocorrência durante a interferência do fenômeno climático La Niña. Embora as precipitações tenham a tendência de ocorrer abaixo dos volumes médios, ao longo do Estado e de Santa Catarina, é bastante comum que ocorram episódios isolados de chuvas extremas e alagamentos. Explicou, também, que durante o verão a atmosfera é mais quente, portanto, mais instável sob condições de umidade.
Nos grupos de produtores nas redes sociais muitas fotos dos prejuízos foram postadas. Extensionistas do Irga e da Emater/RS foram chamados por alguns produtores para avaliarem os prejuízos e buscarem tratamentos para a recuperação, mas como muitas lavouras ainda têm manchas de água, essa contabilização só deverá se confirmar na próxima semana. Não está descartado o replantio da soja em algumas áreas, até o final do ano, mesmo já estando fora da janela ideal de semeadura. (Com informações da MetSul, Irga, e produtores)
