Classes de rendimento mais baixas adquirem mais cereais
A pesquisa do IBGE ajuda a consolidar a posição de que o arroz é adquirido em maior volume por famílias de menor renda média no Brasil. Na análise por classes de rendimento, entre os grupos de produtos, cereais e leguminosas (30,505 kg e 30,086 kg), farinhas, féculas e massas (12,897 kg e 12,245 kg) e pescados (3,359 kg e 3,091 kg) foram os únicos que apresentaram resultados maiores que a média do Brasil (27,757 kg, 11,935 kg e 2,796 kg, respectivamente) nas duas faixas de rendimentos mais baixas. Isso mostra que para a alimentação em casa, o consumo cai pela metade entre os grupos de menor e de maior renda.
Para alguns produtos, a aquisição na classe de maior rendimento supera em mais de 70% a média do país: laticínios (75%), hortaliças (87%), bebidas e infusões (115%), frutas (125%) e alimentos preparados e misturas industriais (187%). Quase metade das calorias disponíveis para consumo no domicílio é de alimentos in natura ou minimamente processados (49,5%), 22,3% de ingredientes culinários processados, 9,8% de processados e 18,4% de ultraprocessados.
Dentre in natura e minimamente processados, o arroz correspondeu a 15,6% das calorias totais, vindo, a seguir, o leite (5%), aves (4,6%) e feijão (4,3%). Dos ingredientes culinários processados, o óleo vegetal corresponde a quase 11% das calorias totais, seguido pelo açúcar (10%). Entre os processados, o de maior contribuição para as calorias foi o pão (6,7% das calorias totais), seguido de queijos (1,4%). Destacam-se nos ultraprocessados os frios e embutidos (2,5%), biscoitos e doces (2,1%) e salgados (1,8%).
Subgrupos que tendem a diminuir a participação no total calórico com o aumento da renda incluem o arroz (de 20,1%, no primeiro quinto da renda, para 10,9%, no último), feijão (de 5,4% para 3,4%), farinha de mandioca (de 3,6% para 0,8%) e farinha de milho (de 3,1% para 1,5%). Subgrupos que aumentam sua participação no total calórico com o aumento da renda incluem leite (de 4,3% para 5,4%), carne bovina (de 2,7% para 3,9%,) e frutas (de 1,8% para 3,9%).