Colheita de arroz pode atrasar com as chuvas
O mau tempo está atrapalhando a colheita do cereal e o escoamento da produção em Santa Catarina.
As fortes chuvas que caíram nos últimos dias na região trouxeram mais prejuízos na cidade que no campo. A rizicultura não foi tão afetada pela enxurrada, já que na maioria das propriedades boa parte dos grãos já foi colhido. Mas o mau tempo está atrapalhando a colheita do cereal e o escoamento da produção.
Em Forquilhinha, um dos municípios mais castigados pela chuva, o estrago nas plantações de arroz não foi grande.
– Não há como dizer que não houve estrago, mas também não dá para dizer que foi terrível – diz Volnei João Meller, engenheiro agrônomo da Epagri de Forquilhinha.
Ele calcula que de 60% a 70% do arroz já está colhido, e como o maior problema ocorreu nas proximidades do rio Sangão, onde não há muitas lavouras de arroz, os estragos não foram grandes.
Segundo Edesio Fernando Loch, secretário de Agricultura de Forquilhinha, o problema maior ocorreu em decorrência do vento, que acabou deitando áreas de arroz. Dessa maneira, tirar o arroz da lavoura fica mais difícil, especialmente se o tempo não melhorar, pois as colheitadeiras têm muita dificuldade para cortar o arroz quando está caído ou molhado. O município ocupa mais de dez mil hectares com o cultivo do cereal.
Danos nas estradas dos municípios
A chuva também causou danos nas estradas do município. Segundo Loch, como o tempo ainda não melhorou, as estradas ainda não foram arrumadas e com o trânsito contínuo de veículos, a situação tende a piorar. Da mesma maneira estão as estradas de acesso às plantações, cujo estado dificulta a passagem dos agricultores e pode interferir no escoamento da produção.
Apesar da chuva ter causado problemas mais sérios em Criciúma e Forquilhinha, o mau tempo também está atrapalhando a colheita em outros municípios da região, como Nova Veneza. Donato Lucietti, enge- nheiro agrônomo da Epagri de Nova Veneza afirma que, apesar das chuvas, os rios de Nova Veneza não encheram e os arrozais não foram prejudicados. Assim como em Forquilhinha, boa parte do grão já havia sido colhido: 55%.
– O que pode ocorrer é que o arroz mais maduro perca qualidade – afirma.
Em Nova Veneza o mau tempo não fez com que o arroz deitasse, ao contrário de Forquilhinha. Cerca de 7,7 mil hectares de arroz são cultivados em Nova Veneza.
– Mas se a chuva continuar, os agricultores não terão como colher o arroz. Depois que a chuva molha, tem que espe- rar secar para depois colher – diz.