Colheita do arroz vai a pleno vapor no Sul catarinense
Colheita deve iniciar na próxima semana, com exceção de Nova Veneza, que já teve os primeiros grãos arrancados em meados de janeiro e Criciúma, que começa a colher no próximo mês.
As colheitadeiras de arroz estão em ritmo intenso nas lavouras do Sul catarinense. A colheita iniciou esta se- mana e deve prosseguir por mais 30 dias. Neste ano, a expectativa da região é de que cada um dos 90 mil hectares do Sul do Estado produza sete toneladas – o que corresponde a 140 sacas de 50 quilos cada. Em Nova Veneza – onde são cultivados 7,7 mil hectares do cereal e já foram colhidos 5% da área – a produção está estimada em 145 sacas por hectare. No campo, o clima é de otimismo entre pesquisadores e produtores rurais.
– Cada hectare está rendendo de 165 até 180 sacas – diz o rizicultor Arnoldo Scarsi, que teve um aumento de 20% na produtividade.
CLIMA – O progresso na produção, segundo ele, se deve ao clima e aos insumos utilizados na lavoura.
– Tirando a enxurrada da última sexta-feira, o tempo contribuiu bastante com o desenvolvimento dos grãos. Na época de floração, uma das etapas mais importantes, houve bastante sol. O fungicida para evitar pragas também foi responsável pelo resultado positivo -afirma Scarsi.
Até à tarde de ontem, ele já havia colhido mais de 80% dos 70 hectares que planta na comunidade de Rio Cedro Médio. Se o tempo se mantiver seco, a colheita deve ser finalizada nos próximos 15 dias.
Já na propriedade da família Coral, a expectativa não é tão positiva. A enxurrada da última sexta-feira – que afetou pontes, vias urbanas e lavouras – comprometeu 15 dos 80 hectares de arroz que Aldair José e o pai cultivam em Rio Cedro Alto, uma das comunidades mais afetadas pela chuva.
– Costumávamos colher 11 mil sacas por safra. Na atual, devemos perder de 500 a 700 sacas – diz José.
Segundo ele, a perda só não será maior porque a chuva atingiu a área em que as plantas já haviam passado pela fase de floração.
– Vamos conseguir recuperar alguma coisa dos 10 hectares que já estavam na época para colheita. Nos outros cinco que estavam florescendo o prejuízo será maior – diz.
De acordo com o engenheiro agrônomo da Epagri em Nova Veneza, Donato Lucietti, o calor excessivo da primeira quinzena de janeiro e o excesso de chuva da última se- mana foi prejudicial à cultura. Mas não comprometeu a produtividade do município.
– Ainda que a enxurrada tenha comprometido 1% da agricultura em Nova Veneza, estamos satisfeitos com os números – diz.
Números
Área plantada e colheita
Cocal do Sul: 150 hectares.
Criciúma: 290 hectares.
Forquilhinha: 9,7 mil hectares.
Içara: 2,2 mil hectares.
Lauro Muller: não produz.
Morro da Fumaça: 400 hectares.
Nova Veneza: 7,7 mil hectares.
Siderópolis: 95 hectares.
Treviso: 10 hectares.
Urussanga: 43 hectares.
Araranguá: 4,5 mil hectares.
Balneário Gaivota: 10 hectares.
Ermo: 3 mil hectares.
Jacinto Machado: 6,7 mil hectares.
Maracajá: 1,3 mil hectares.
Meleiro: 9,4 mil hectares.
Morro Grande: 3 mil hectares.
Passo de Torres: 550 hectares.
Praia Grande: 3,3 mil hectares
Santa Rosa do Sul: 1 mil hectares.
São João do Sul: 4 mil hectares.
Sombrio: 1,3 mil hectares.
Timbé do Sul: 2 mil hectares.
Turvo: 9,6 mil hectares.