Colheita é intensa no RS com boas produtividades e elevação de preços
Com clima favorável para a operação durante a semana, a safra de soja no Rio Grande do Sul chegou à marca de 61% colhidos. Em muitas propriedades pequenas, a colheita já foi finalizada, com bons resultados.
Na regional da Emater/RS-Ascar de Bagé, a colheita de lavouras foi intensa na semana de 12 a 18/04, avançando de 35% para 50% da área cultivada. Houve dias em que as precipitações paralisaram a operação, reiniciada assim que as áreas de melhor drenagem apresentaram condições, a fim de aproveitar o alto potencial produtivo e a alta valorização da oleaginosa.
Também há projeção de que nos próximos dias estará em condições de colheita em grande parte das lavouras. Tal ritmo provocou acúmulo em estruturas de armazenagem e falta de alguns equipamentos de logística, como carretões graneleiros, dimensionados para produções menores. As produtividades continuam muito satisfatórias. Em relação ao aspecto fitossanitário, nas poucas lavouras da Campanha onde ainda há folhas verdes, notou-se forte incidência de ferrugem asiática, podendo ocorrer redução de produtividade devido à antecipação da desfolha.
Na de Caxias do Sul, o tempo seco da semana favoreceu o avanço da colheita, já realizada em aproximadamente 80% da área. O rendimento se mantém em níveis elevados, conservando a expectativa inicial e até mesmo superando o projetado no início da safra.
Nas regionais de Erechim e Passo Fundo, 95% das lavouras estão colhidas. O desenvolvimento continua satisfatório. Na de Frederico Westphalen, a colheita foi realizada em 85% da área.
Durante a semana, o rimo da colheita não foi tão intenso, pois as variedades de ciclo precoce já estão colhidas, e as condições de umidade não favoreceram o avanço.
Na de Santa Maria, a colheita se aproxima de 65% do total, e a perspectiva é de produtividade levemente maior que a esperada de 3.200 quilos por hectare.
Na regional de Ijuí, a colheita chegou a 85% e ocorreu em ritmo mais lendo devido ao predomínio de dias nublados e de alta umidade do ar e do solo e também em função da aproximação do final da operação. A colheita está concluída em áreas de até 100 hectares, e produtores com áreas maiores dão continuidade conforme as lavouras atingem o ponto ideal de corte. As produtividades continuam elevadas e superam a expectativa inicial, estando em média a 3.798 quilos por hectare. Os produtores estão muito satisfeitos com as produtividades alcançadas. Nos municípios onde as precipitações foram de baixa intensidade, a cultura apresenta desfolha rápida e maturação desuniforme. Na mesma planta, encontramos grãos verdes e grãos maduros com umidade abaixo de 11%.
Na regional de Soledade, mais uma semana de colheita intensa, chegando a 88% da área, favorecida pela continuidade de tempo firme. A produtividade está em 3.300 quilos por hectare, no geral acima da média esperada para a cultura na região. O grão colhido apresenta ótima qualidade.
Na de Pelotas, segue a colheita em ritmo acelerado, beneficiada pelo clima seco, sem chuvas durante a semana, com muito bom piso para tráfego de máquinas nas lavouras. Com o avanço da colheita, vão se confirmando as ótimas produtividades e produções, resultando na maior e mais lucrativa safra da história da região. Nesta safra, foi semeada a maior área de soja nesta regional administrativa da Emater/RS-Ascar, tanto em áreas planas como em coxilhas.
As fases da cultura são as seguintes: 9% em enchimento de grãos, 46% no estágio de maturação e maduro por colher e 45% colhidos. Destaque para São Lourenço do Sul, com 70% das áreas já colhidas; depois Pedras Altas, com 65%; Arroio Grande, com 63% e Pelotas, com 60% das áreas colhidas.
Na regional de Santa Rosa, a produtividade atual é de 3.187 quilos por hectare; 4% das lavouras estão em fase de enchimento de grãos e 28% se encontram na fase de maturação. A colheita avançou significativamente e já temos 68% da área de soja colhida. Em diversos municípios da Fronteira Noroeste, a área colhida supera 75% do total da área semeada nessa safra. A produtividade apresenta variações: em algumas áreas, supera a expectativa inicial, alcançando de 3.600 a quatro mil quilos por hectare; em outras, as produtividades são menores, em torno de 2.400 quilos por hectare, consequência de menor uso de tecnologia e de menor população de plantas devido a problemas na semeadura decorrentes da época do plantio.
As lavouras implantadas mais tarde não sofreram tanto o déficit hídrico e apresentam melhor resultado.
Na de Porto Alegre, as condições climáticas foram favoráveis à colheita que segue e atinge 60% das lavouras. O tempo seco facilita o trânsito das máquinas e o escoamento dos grãos de excelente qualidade, com reduzidas perdas de colheita. A produtividade obtida está em 2.720 quilos por hectare, superando o esperado. Não se observaram danos significativos por pragas e doenças e nem a ocorrência de ferrugem; foram realizadas aplicações preventivas em diversas lavouras, o que representa um custo expressivo.
Após a colheita da soja, produtores implantam azevém para o gado, haja vista o cenário positivo da bovinocultura de corte.
Comercialização (saca de 60 quilos)
Segundo o levantamento semanal realizado pela Emater/RS-Ascar no Rio Grande do Sul, o preço médio da soja tem mais uma semana de elevação, em 0,79%, de R$ 165,50 para R$ 166,80/sc. O preço para o produto disponível em Cruz Alta alcançou R$ 171,00/sc.
As cotações continuam em alta, principalmente pelo aquecimento da grande demanda chinesa. Produtores satisfeitos com o preço. A atividade nos portos continua intensa, e as exportações podem marcar um novo recorde em abril.
As cotações futuras para o grão seguem com tendência altista, o que se deve ao fato de as estimativas estarem intimamente ligadas aos acontecimentos climáticos nos EUA, onde a ocorrência e a manutenção das baixas temperaturas dificultam a implantação/expansão da safra de soja naquele país.