Conab eleva produção de arroz do Brasil, mas mantém balança comercial

Para a próxima safra 2019/20, com a expectativa de leve expansão do volume colhido.

 Apesar da redução da área cultivada nos últimos anos, a maior proporção do plantio de arroz realizada em áreas irrigadas geram maiores produtividades, o que vêm permitindo a manutenção da produção, ajustada ao consumo nacional. A produção para esta safra deverá atingir 10,85 milhões de toneladas, aumento de 3,9% em relação à safra passada.

A safra de arroz tem sua maior concentração na Região Sul, responsável por mais de 80% da oferta nacional. O quadro da seca que ocorreu no Rio Grande do Sul, maior produtor nacional, acabou por favorecer a cultura do arroz, já que houve a combinação de grande incidência de dias com céu limpo, temperaturas altas e noites amenas. Quando ocorreu a falta generalizada de água para as lavouras, a cultura já se encaminhava para o final do ciclo, não trazendo repercussões que afetassem sua produtividade.

Apesar da reduzida safra 2018/19, a significativa retração do consumo, identificada no período de comercialização de tal safra, refletiu em preços próximos da estabilidade, com ameno viés de alta em virtude do significativo saldo da balança comercial do arroz. Como resultado, nota-se, pela terceira safra consecutiva, redução nas estimativas de estoques de passagem do setor.

Para a próxima safra 2019/20, com a expectativa de leve expansão (+3,9%) do volume colhido, com uma balança comercial equilibrada e com crescimento do consumo (+3,4%), projeta-se preço elevado ao longo de todo o período de comercialização da nova safra. Mais especificamente sobre o incremento esperado de consumo, com a intensificação da crise da Covid-19 e o isolamento social de parte da população, haverá aumento na alimentação em domicílio, que possivelmente refletirá em aumento de consumo de arroz.

Em relação à balança comercial, depois de um superavit de 865,1 mil toneladas na safra 2017/18, houve retração do superavit para 323,1 mil toneladas. Para a safra 2019/20, de março de 2020 até fevereiro de 2021, projeta-se equilíbrio entre o importado e o exportado em 1.100 mil toneladas, com a perspectiva de elevados preços internos e dólar valorizado.

Cabe destacar que, para que esse cenário de equilíbrio se concretize, é necessário que os preços do arroz se valorizem ainda mais que o observado atualmente, haja vista os elevados valores de paridades de importação e de exportação do grão, comparativamente às cotações internas.
 

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