Conab eleva produção nacional e vê estoques estáveis

 Conab eleva produção nacional e vê estoques estáveis

Produção brasileira superou as expectativas

Estimativa divulgada ontem projeta quase 11,17 milhões de toneladas de arroz na temporada 2019/20.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quarta-feira (8/7) novo levantamento da safra de grãos de verão e, mais uma vez, ampliou a expectativa de produção para o arroz. A nova previsão é de que a safra 2019/20 alcança 11,168 milhões de toneladas, num aumento de 6,5% sobre o volume colhido no ano passado, mesmo com uma redução de 2,2% na área cultivada, de 1,702 milhão para 1,665 milhão de hectares. O crescimento produtivo esteve centrado no rendimento por área, que subiu 8,9% e alcançou 6.706 quilos por hectare segundo os números do governo.

“Apesar da redução da área cultivada nos últimos anos, a proporção do plantio de arroz irrigado gera uma maior produtividade, o que vem permitindo a manutenção da produção ajustada ao consumo nacional”, diz o relatório.

Ainda segundo a Conab, a colheita está praticamente finalizada, restando algumas áreas irrigadas na Região Norte e de várzea no delta do Rio São Francisco.

RS

No Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do país, apesar dos problemas ocorridos no momento da semeadura, com o excesso de chuvas, as condições climáticas verificadas durante o restante do ciclo da cultura permitiram uma ótima safra em praticamente todo o estado.

O setor estatístico da estatal federal de abastecimento estima uma retração de 5,5% na área gaúcha, de 1,001 milhão para 946 mil hectares, mas que foi compensada por uma alta da produtividade em 12,7%, com cada hectare representando 8.216 quilos de arroz em casca. Com isso, o volume de colheita chegou a 7,867 milhões de toneladas, 6,5% superior à temporada 2018/19.

SC

Santa Catarina, segundo maior produtor do Brasil manteve a área inalterada em 149,6 mil hectares, segundo a Conab, mas alcançou um rendimento médio 7,3% superior, passando de 7.500 para 8.100 quilos por hectare. Com isso, aumentou cerca de 82 mil toneladas no comparativo das duas últimas colheitas, também em 7,3%, para 1,212 milhão de toneladas.

Do total colhido no Brasil, 10,3 milhões de toneladas estão em áreas de cultivo irrigado e apenas 900 mil toneladas em áreas de plantio de sequeiro ou terras altas. 

 Oferta x Demanda

De acordo com o relatório da Conab, apesar da reduzida safra 2018/19, a significativa retração do consumo, identificada no período de comercialização de tal safra, refletiu em preços próximos da estabilidade, com ameno viés de alta em virtude do significativo saldo da balança comercial do arroz. Como resultado, nota-se, pela terceira safra consecutiva, uma redução nas estimativas de estoques de passagem do setor.

“Para a próxima safra 2019/20, com a expectativa de expansão (+6,5%) do volume colhido, com uma balança comercial superavitária estimada em 400 mil toneladas e com crescimento do consumo (+5,0%), projeta-se preço elevado ao longo de todo o período de comercialização da nova safra”, prossegue o relatório.

Especificamente sobre o incremento esperado de consumo, com o prolongamento da crise da Covid-19 e o isolamento social de parte da população, identifica-se um aumento na alimentação em domicílio, o que seguramente refletirá em aumento de consumo de arroz.

Balança comercial

“Em relação à balança comercial, depois de um superávit de 865,1 mil toneladas na safra 2017/18, houve uma retração do superávit para 323,1 mil toneladas. Para a safra 2019/20, de março de 2020 até fevereiro de 2021, projetam-se uma exportação de 1,5 milhão de toneladas e uma importação de 1,1 milhão de toneladas, com a perspectiva de forte demanda internacional e preços nacionais competitivos no mercado internacional”.

No acumulado do período comercial atual, de março de 2020 a maio de 2020, já se contabiliza um superávit de 481,5 mil toneladas. Logo, para os próximos meses é esperada uma alteração do comportamento identificado nos primeiros meses de comercialização da safra 2019/20 (março a junho) da balança comercial, com a expectativa de queda das cotações internacionais em razão da colheita da safra de verão no sudeste asiático e com o quadro ajustado de oferta e demanda nacional.

A companhia ajustou o quadro de oferta e demanda, com o estoque inicial em 2020 passando de 512 mil para 554 mil toneladas, a produção aumentando 42 mil toneladas e o estoque final passando de 438 mil para 522 mil toneladas.

1 Comentário

  • Se fosse bem fundamentado esse prognóstico da Conab com redução de área
    E aumento de produtividade não teria ocorrido uma demanda interna que de fato está ocorrendo. Equilíbrio entre oferta e demanda ? ….se tivesse ocorrido os preços não teriam atingido o patamar atual…..simples assim!!!
    O otimismo exacerbado deste órgão, em que todas as safras o arroz produzido sempre supera a demanda interna, extrapola o bom senso, em que clima, redução de área, restrição de crédito, e outros fatores inerentes a atividade nunca afetam o número mágico que atenda com sobras a necessidade interna.
    Não seria hora da Conab sofrer uma reestruturação e modernização para encarar os desafios que o Agro digital 4.0 impõe atualmente ???

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