Concorrência nas “top”

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Irga 423 é a alternativa às variedades “nobres”
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Os produtores gaúchos ganharam duas novas variedades para melhorar a produtividade e a qualidade dos grãos produzidos a partir da próxima safra. Nas áreas em que foram plantadas na safra 2006/2007 para produção de sementes e testes finais nas lavouras comerciais, as variedades Irga 424 e Irga 423 alcançaram produtividade elevada. As duas cultivares foram desenvolvidas pela equipe técnica da instituição, com características específicas para o aumento dos rendimentos da lavoura e para as regiões mais frias do estado. 

O chefe da equipe responsável pelo Programa de Melhoramento Genético do Irga, Sérgio Gindri Lopes, explica que a cultivar Irga 423 surgiu como alternativa para precocidade, pois completa o ciclo da cultura antes que as demais e obtém alta qualidade dos grãos, tornando-se a principal alternativa às variedades Irga 417 e BR Irga 409, as chamadas “variedades nobres” do arroz brasileiro. Segundo ele, no primeiro teste de campo com produtores da fronteira-oeste, ela mostrou excelente desempenho em produtividade, ultrapassando a barreira de 10 mil quilos por hectare. 

Em uma das lavouras experimentais em Uruguaiana, um produtor alcançou produtividade de 12,6 mil quilos por hectare, quase o dobro da média estadual prevista para esta safra, em 6,5 mil quilos. “A variedade mostrou tolerância à toxidez por ferro e resistência à brusone, doença fúngica importante nas áreas de produção, que foram as outras duas características que levaram ao seu desenvolvimento”, diz Lopes. 

A variedade Irga 424 foi especialmente produzida para as regiões mais frias do Rio Grande do Sul, principalmente na zona sul e na campanha, regiões de fronteira com o Uruguai. É uma alternativa importante à variedade uruguaia El Paso, muito usada na região, mas com grandes problemas de qualidade, e à cultivar Irga 410, que supera em potencial de produtividade e tolerância moderada ao frio. A cultivar foi a primeira desenvolvida pelo Programa de Melhoramento Genético na Estação Regional de Santa Vitória do Palmar, onde mostrou desempenho superior nos ensaios de rendimento local e estadual. 

Conforme os melhoristas Antonio Rosso e Renata da Cruz, os produtores da zona sul ficaram entusiasmados com o desempenho da cultivar, que além de ser mais uma opção de material genético para a região, também mostrou a viabilidade técnica de obtenção de altas produtividades. Os rendimentos médios da variedade chegaram a 11,5 mil quilos por hectare, e em Bagé, um produtor alcançou 13,5 mil quilos por hectare.

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