Conjuntura semanal do arroz

O preço ao produtor está acima do preço do atacado de SP decomposto até o RS.

Após o registro de alta desde o início da colheita da Safra 2019/2020, pela primeira semana, com base nos preços ao produtor no RS coletados pela Conab, identificou-se retração do mercado orizícola gaucho. Como já apontado na publicação da semana passada, há sinais de que o mercado possa ter atingido o seu pico e, a partir de agora, com a retração do dólar e o provável arrefecimento das cotações internacionais, com a entrada da safra de verão na Ásia e nos EUA, o mercado brasileiro perca parte da sustentação de preços dada pelas paridades de exportação e importação até o momento.

Apesar da expectativa de enfraquecimento de preços do mercado nacional, o mercado deve continuar a operar em elevados patamares, pois, a partir do segundo semestre, a formação de preços será majoritariamente definida pelos fatores internos de oferta e demanda. Com se sabe, o estoque se encontra em reduzido patamar, se comparada com o histórico do setor, e o saldo produtivo em relação ao consumo interno será provavelmente diluído com o esperado superávit da balança comercial.

Outro ponto importante a ser destacado é o fato de que o preço ao produtor está acima do preço do atacado de SP decomposto até o RS. Esse parâmetro reforça a leitura que o mercado ao produtor possa já ter atingido seu pico no período de comercialização da safra atual.

Segundo dados do ComexStat para o mês de maio, o Brasil exportou 253,2 mil toneladas (base casca) com uma média de preço de US$460,15/t para arroz polido.

 Mercado externo

Após restringir as exportações entre o março e abril, com o objetivo de garantir a segurança alimentar nacional, o Vietnã retornou ao mercado com um intenso volume de negócios concretizados a partir maio. Entre janeiro e maio, os preços médios de comercialização do arroz beneficiado vietnamita é de US$485,00/t e, com isso, a receita proveniente com as vendas externas somam em 2020 US$1,4 bilhões, aumento de 17,2% na comparação com o mesmo período de 2019. Cabe ressaltar que já há expectativa no mercado que o Vietnã possa ultrapassar a Tailândia em volume exportado em 2020, se consolidando como segundo maior país exportador de arroz.

Especificamente em relação a Tailândia, o país tem trabalhado na expansão da produção de arroz orgânico, buscando um mercado que tem apresentado altos valores de comercialização e uma demanda forte e com potencial de crescimento. Para isso, recentemente o país registrou uma Denominação de Origem Controlada (DOC) e, com isso, espera-se agregar valor na comercialização do grão. O projeto de promoção do mercado de orgânico inclui plataforma digital para que haja maior transparência e rastreabilidade do processo produtivo.

Comentário do Analista

Segundo dados da ComexStat para o mês de maio, o Brasil exportou 253,2 mil toneladas de arroz (base casca) com uma média de preço de US $ 460,15/t para arroz polido. Sobre as importações, o volume contabilizado no mesmo período foi de 55,8 mil toneladas, sendo o Paraguai o principal país fornecedor, com 46,8 mil toneladas e um preço médio de comercialização de arroz polido de US$ 330,98/t. Com isso, a balança comercial do grão apresenta, no acumulado da Safra 2020/21 (março/20 a maio/20) um superávit de 239,2 mil toneladas.  

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