Conselho de Agrometeorologia afasta risco de estiagem no RS
O documento prevê para janeiro precipitação pluviométrica pouco abaixo do padrão climatológico no Sul do Rio Grande do Sul e dentro do padrão nas demais regiões. Em fevereiro, a tendência esperada é de retorno da chuva aos níveis normais.
– A situação de calamidade dos últimos dois verões não se repetirá – informa Edegar da Silva, coordenador estadual de Planejamento Agrícola da Secretaria da Agricultura e Abastecimento.
– Os reflexos dos fenômenos El Niño e La Niña no Cone Sul, que provocam mudanças na temperatura das águas dos oceanos Atlântico e Pacífico, serão menos acentuados e teremos apenas alguns focos localizados com déficit hídrico, especialmente na Metade Sul – completa.
Silva participou da elaboração do boletim trimestral emitido nesta segunda-feira (26) pelo Conselho, composto ainda por Emater, Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro), Programa de Seguro Agrícola, Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Fundação Estadual de Ciência e Tecnologia (Ceitec), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 8º Distrito de Meteorologia, Farsul, Fetag, Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, universidades e instituições de pesquisa.
O documento prevê para janeiro precipitação pluviométrica pouco abaixo do padrão climatológico no Sul do Rio Grande do Sul e dentro do padrão nas demais regiões. Em fevereiro, a tendência esperada é de retorno da chuva aos níveis normais na maior parte do Estado, porém, mantendo irregularidade na distribuição. Já para março, a maior probabilidade é de a precipitação ficar dentro do padrão climatológico em todas as regiões.
– Na linguagem técnica, ‘dentro do padrão’ significa quantidade menor de chuvas na comparação do verão com outras estações – esclarece.
Em termos de temperatura, o Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada trabalha com a expectativa de que a máxima fique acima do padrão climatológico no mês de janeiro e pouco abaixo do padrão nos meses de fevereiro e março, principalmente no oeste gaúcho. Embora a análise da temperatura mínima para o primeiro trimestre de 2007 acuse maior probabilidade de se situar abaixo do padrão climatológico em todo o Estado, os técnicos trabalham com uma tendência de redução na temperatura mínima mais acentuada no mês de março.
O coordenador de Planejamento Agrícola da Secretaria da Agricultura e Abastecimento acredita que o déficit hídrico que o Rio Grande do Sul vem experimentando em razão das chuvas esparsas e irregulares não vai afetar a produção e os níveis de produtividade das safras de verão de arroz, milho, sorgo, feijão, plantas forrageiras e hortigranjeiros, “desde que, além de manejo adequado a cada cultura, haja uso racional da água na lavoura”.
Edegar da Silva recomenda a manutenção do Programa Estadual de Capacitação em Manejo da Água da Chuva, lançado em novembro de 2005 com a participação de Famurs, Emater, Crea, Irga, Embrapa e Fepam, que estimula agricultores a construírem cisternas, para o reaproveitamento da água da chuva tanto na área rural quanto na urbana.
As bacias hidrográficas do Rio Grande do Sul servem como base para o planejamento e a execução do plano de ação oficial, que incentiva à adoção de alternativas baratas, que não comprometam os mananciais hídricos, As opções envolvem a abertura de microbarragens, a infiltração de água no subsolo e a construção de reservatórios para aumentar a oferta de água para consumo humano, cultivo agrícola, dessedentação de animais, recarga de aqüíferos, prevenção e recuperação ambiental de áreas degradadas.