Cotações em queda no RS. MT estabiliza preços
Semana de mercado frio e poucos negócios internos no Rio Grande do Sul. Há ligeira pressão de oferta de produtores e avolumam-se as importações do Uruguai. No Mato Grosso, segue a procura pelo arroz de melhor qualidade, mas os produtores seguram o Primavera e começam a desovar a variedade Cirad, de qualidade inferior
.
Os arrozeiros gaúchos certamente não guardarão boas lembranças da semana que se encerra. As cotações de arroz em casca e beneficiado apresentaram nova queda e o mercado estabeleceu-se entre R$ 30,00 e R$ 32,00 para o saco de 50 quilos (58% de inteiros) no Rio Grande do Sul.
O saco beneficiado de 60 quilos oscila entre R$ 80,00 e R$ 81,00, quase em paridade com o produto do Mato Grosso, cotado entre R$ 78,00 e R$ 79,00. O saco de 60 quilos de arroz Primavera (55% de inteiros acima) segue cotado entre R$ 33,00 e R$ 34,50 no Mato Grosso, mas com baixa oferta e grande demanda, podendo registrar alta na próxima semana.
O arroz da variedade Cirad, segundo na escala de preferência da indústria no Mato Grosso, está cotado entre R$ 27,00 e R$ 28,00 o saco de 60 quilos. Este produto, além de apresentar menor percentual de inteiros que o Primavera, demanda envelhecimento de pelo menos três meses para chegar ao ponto de beneficiamento e cocção, o que provoca custos com armazenagem e o torna um produto secundário. O saco de 60 quilos, beneficiado, está sendo negociado no Mato Grosso e em Goiás na faixa de R$ 70,00. A Emater/RS divulgou como preço médio do arroz padrão (58% de inteiros) no estado R$ 30,17. Mas, há variações em algumas regiões.
A expectativa de exportação de pelo menos 20 mil toneladas do produto ainda anima muitos produtores. O enxugamento do mercado, mesmo que de apenas 20 mil toneladas, pode gerar um novo referencial e um viés altista a partir de julho. Especialistas em mercado de arroz, como Aldo Lobo da Safras&Mercado e Marco Aurélio Marques Tavares, da Federarroz e Arrozpec, acreditam que a retomada de preços a partir de julho não será tão acentuada quanto no ano passado, quando a disponibilidade de arroz no mercado era menor.