Custo reduz exportação e importação do arroz
Orizicultores, confiantes nos preços, tendem a segurar vendas.
Uma das justificativas para a baixa exportação é a elevação do custo interno. Em 2012, a saca do arroz, no início do ano comercial, era vendida a R$ 23,00. Agora, está cotada, em média, em R$ 30,00. “É bom que estejamos trabalhando com outros patamares de preço para o produto”, argumenta Rocha. A alta nos preços revela vantagem para comercialização interna e perspectiva de aumento no valor da saca de arroz para os próximos meses. Segundo o presidente do Instituto Rio Grandense de Arroz (Irga), Claudio Pereira, “muitos produtores estão segurando totalmente a produção, especulando uma alta nos preços”. Com o produtor controlando as vendas em busca de elevação dos preços, surge outra preocupação: o aumento da importação.
“Se ocorrer uma retração muito grande de oferta, o mercado interno sobe muito e pode entrar arroz importado do Mercosul”, avalia Pereira. Mas, ao invés de conseguir preços melhores, o produtor pode ficar na mão, contrapõe. “Pode acontecer o contrário e derrubar todo mercado lá na frente.”
O Irga e a Federarroz têm orientado os orizicultores a manter oferta regular do cereal. “O arroz vai valorizar, mas temos que ter sensibilidade para sustentar uma oferta gradual, mantendo nosso produto no mercado”, comenta Rocha. Para o dirigente, o risco de aumento da importação é mais preocupante do que a baixa exportação. “Estamos trabalhando com o governo do Estado para capitanear negociações de cotas de importação com o Mercosul, porque a importação acontece em momentos inapropriados e não tem limitação. Isso traz um prejuízo muito grande”, salienta.
Em março, o País exportou mais de 112 mil toneladas de arroz e importou quase 95 mil, mantendo um equilíbrio ante a balança do mesmo mês, em 2012, quando as exportações somaram mais de 186 mil toneladas e as importações superaram 119 mil toneladas. Com mais cautela, o diretor-executivo do Sindicato da Indústria do Arroz no Rio Grande do Sul (Sindarroz), Cezar Augusto Gazzaneo, avalia que este ainda é o primeiro mês da safra e que as “variáveis ainda são indefinidas”. “Essa é uma equação que vai ser administrada ao longo do ano, conforme diversos fatores, um deles é o câmbio”, pondera.
2 Comentários
Leia-se na matéria acima: Se ocorrer uma retração muito grande de oferta, o mercado interno sobe muito e pode entrar arroz importado do Mercosul, avalia Pereira.
Isso é um fato ou uma ameaça???
Para mim é um fato porque não para de entrar arroz pelos portos de Itaqui e Uruguaiana e mesmo assim o preço do arroz está subindo.
Mas…. E se o governo viesse cumprir a COTIZAÇÃO??? Que pela demora nem sei se vai sair do papel… Não haveria nem fato e ameaça.
A questão é que temos arroz para passar o ano… Seja pelos estoques particulares… Seja pelo estoque público da Conab ??? Ou não??? Ou a safra não foi tudo aquilo que projetaram não é??? Estamos com muitas dúvidas e o mercado também…
Está na hora das entidades de classe descruzarem os braços e cobrarem uma posição mais contundente do Governo em relação as cotas de importação antes que seja tarde…. Ou vão nos cozinhar em banho maria novamente.
A China está arrematando os pixuá lá fora… O dólar está acima de R$ 2,00… Quem trouxer arroz de fora é para tomar prejuízo ou tumultuar o mercado. Só isso explica importações nesse momento.
Então meus amigos não vendam seu arroz a menos de R$ 35 se não querem tomar tufo esse ano de novo!!!
E PLANTEM CADA VEZ MAIS SOJA NA VÁRZEA ANO QUE VEM !!!
Boa noite Sr. Flávio. Na safra 11/12 plantei 65ha de soja em minhas várzeas, antes exclusivas para o arroz. Nesta safra, 12/13, plantei 102ha e para a próxima, pretendo plantar 200ha. Com muito pouco investimento, mínimo de mão de obra. Se vou aumentar o arroz? Nem pensar! No máximo manter a área com estímulo para reduzir.
Abraço