Da lavoura ao mercado: a cadeia produtiva em debate

 Da lavoura ao mercado: a cadeia produtiva em debate

Evento passará a limpo as tecnologias e tendências da orizicultura

13° Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado levará a lavoura à mesa de debates

O 13º Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado, promovido pela Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai) e realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), entre os dias 12 e 15 de agosto, reunirá, em Pelotas, 23 painelistas de cinco países — Brasil, Argentina, Colômbia, Itália e Estados Unidos —, divididos em cinco painéis temáticos que abrangem as grandes áreas de: mercado, avanços genéticos, impactos das mudanças climáticas, bioinsumos e novas tecnologias de controle de plantas daninhas. A expectativa dos organizadores é de reunir aproximadamente 700 pessoas no Parque do Sesi durante os quatro dias do evento. O tema será: “Arroz irrigado: segurança alimentar, renda e sustentabilidade”.

Entre as atrações estão seis minicursos e 11 sessões de apresentações de pesquisas acadêmicas, com 55 trabalhos inscritos para apresentação oral, além de três momentos de apresentação de pôsteres.

Entre os palestrantes convidados está a engenheira agrônoma Mariangela Hungria, que, em maio, recebeu o Prêmio Mundial da Alimentação — conhecido como o Nobel da Agricultura —, por seu trabalho com insumos biológicos que revolucionaram a agricultura brasileira. A pesquisadora da Embrapa Soja participará do painel quatro, marcado para a tarde de quinta-feira (14), com o tema “Desafios e oportunidades para uso de bioinsumos em arroz irrigado”, e falará sobre a pesquisa de insumos biológicos no país.

“O mercado de bioinsumos, hoje, tem crescido mais do que a pesquisa consegue dar conta. Há muitas empresas entrando, e a rede comercial é muito forte. E, como o investimento é menor do que o custo dos insumos tradicionais, os produtores têm adotado com bastante intensidade. Acredito que esse painel vai entregar muitas informações valiosas para o público”, afirmou o presidente da Sosbai, André Andres.

Controle de plantas daninhas em análise

O quinto e último painel do 13º Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, “Resistência a herbicidas e novas tecnologias de controle de plantas daninhas”, abordará pontos sensíveis de tecnologias como Clearfield, Provisia e Max-Ace.

O engenheiro agrônomo argentino Raúl Daniel Kruger, do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (Inta), apresentará palestra sobre os principais problemas e o manejo de plantas daninhas nas lavouras do país vizinho.

“Montamos uma programação capaz de entregar informações muito interessantes aos diferentes públicos, seja o público ligado ao mercado, ao consumo ou aqueles interessados em novas variedades. E, também, apresentar o que a Sosbai está pensando, como sociedade científica, sobre esses temas”, resumiu André Andres.

Mercado e incentivo ao consumo

Andres: programação

Estratégias para aumentar o consumo de arroz e análises sobre o mercado atual no Brasil e no mundo serão apresentadas no painel um, na manhã de quarta-feira (13), no Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado. Entre os painelistas está o consultor italiano Massimo Biloni, fundador da Italian Rice Experiment Station (Ires), empresa dedicada a fomentar o aumento do consumo de arroz na Itália. No painel “Mercado de arroz na Europa: cultivares e consumo”, Biloni irá explanar sobre a produção de arroz europeia e as principais táticas adotadas para aumentar o consumo no continente.

“De um modo geral, na Itália, não se consome arroz. Só que o país produz 150 mil hectares de arroz, o que é mais de 50% da produção da Europa. A partir disso, a Ires criou um programa chamado Sommelier do Arroz, que promove um curso para chefes de cozinha e para o pessoal fora da porteira, com o objetivo de mostrar, entre outras coisas, as diferentes características das diversas cultivares e incentivar o consumo”, comentou André Andres, presidente da Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai), promotora do congresso.

Os cenários de mercado, nacionais e internacionais, serão analisados por Tiago Barata, diretor executivo do Sindicato da Indústria do Arroz do Rio Grande do Sul (Sindarroz).

As últimas novidades e avanços nas pesquisas de melhoramento genético do arroz serão apresentados no painel dois, que terá como convidada a pesquisadora colombiana Maria Fernanda Alvarez, diretora de cultivos para nutrição e saúde na Alliance Bioversity International e no Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat).

Além de apresentar um panorama dos trabalhos desenvolvidos no Ciat, Maria Fernanda deverá expor uma análise sobre o futuro das pesquisas de melhoramento genético do arroz na palestra “Desafios e oportunidades do melhoramento de plantas para a produção sustentável de arroz”.

O clima e a produção de arroz irrigado

Como o clima tem impactado a produção e as estratégias de mitigação e adaptação do arroz irrigado frente às mudanças climáticas no Brasil e no mundo é o tema do painel três, que contará com a participação do pesquisador Alexandre Bryan Hainemann, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na área de arroz e feijão, e da Universidade da Flórida (EUA).

“Nesse painel, serão abordados os eventos atuais, como o excesso de chuvas e o calor acima da média, além de apresentar uma previsão do que pode acontecer”, disse André Andres, presidente da Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai) e do congresso.

A pesquisadora da Embrapa Clima Temperado, Walkyria Scivittaro, integrante de um grupo que estuda os impactos das mudanças climáticas na cultura do arroz no Rio Grande do Sul, apresentará análises e resultados recentes do trabalho na palestra “Estratégias de mitigação e adaptação do arroz irrigado frente às mudanças climáticas no Brasil”.

Serviço do XIII Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado

Sesi Pelotas será a casa do XIII Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado

Localizado na avenida Bento Gonçalves, nº 4823, no Centro, o Sesi Pelotas conta com uma ampla e moderna estrutura para receber o XIII Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado. Ao concentrar todas as atividades em um único local, central e de fácil acesso os organizadores buscam possibilitar aos participantes uma experiência de imersão completa no evento.

“A nossa ideia é que o pessoal não saia do parque do Sesi e aproveite, ao máximo, a integração possibilitada nos horários dos intervalos”, afirmou o presidente da Sociedade Sul-brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai), André Andres. Para possibilitar a permanência do público serão oferecidos dois almoços: um organizado pelo Irga na quarta-feira (13) e outro pela Bayer na quinta-feira (14).

Acesso limitado
Para manter a organização e a segurança, só será permitido circular pelo parque e acessar os locais onde acontecem as atividades do evento portando o crachá. Nas salas o acesso será por ordem de chegada, respeitando a lotação de cada ambiente. Todos os participantes receberão um certificado de participação no Congresso, que estará disponível no site do evento 15 dias após o encerramento.

Jantar de confraternização
Na quinta-feira (14), a partir das 19h30min, será realizado o jantar de confraternização oficial do evento no Clube Brilhante (rua José Pinto Martins, 349, Centro). O convite custa R$ 150. Durante o jantar serão prestadas as homenagens da Sosbai aos participantes, convidados e apoiadores do Congresso.

Inscrições
As inscrições para o XIII Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado podem ser feitas no site www.congressoarroz2025.com.br. Para estudantes de graduação o valor é de R$ 350; estudantes de pós-graduação pagam R$ 450; para profissionais associados a Sosbai a inscrição custa R$ 500 e para profissionais não associados R$ 650.

Os minicursos Funcionalidades e utilização do aplicativo PlanejArroz; Tecnologias para aplicação de defensivos agrícolas; Manejo e fertilidade do solo em arroz irrigado; Subprodutos de arroz na dieta de ruminantes; Automação de elementos da vazão com Arduino e Análise de mercado de arroz são por adesão e custam R$ 55, cada.

Mais informações podem ser obtidas com a secretaria Executiva do Congresso pelo telefone (51) 3414-8284.

Congresso reforça elo entre pesquisa e setor produtivo

Elias: conhecimento ao alcance de todos

Ao reunir pesquisadores, professores, técnicos, profissionais ligados ao agronegócio, estudantes e produtores, o XIII do Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado (CBAI), se consolida como espaço estratégico para a divulgação da ciência, o fortalecimento da pesquisa e uma maior aproximação entre o setor produtivo e a comunidade científica. Além dos painéis, a programação conta apresentações orais e pôsteres, que abrem espaço para estudantes de iniciação científica, mestrado e doutorado exporem seus trabalhos. Ao todo foram submetidos 250 estudos, dos quais 55 foram selecionados para apresentação oral.

O presidente da Sociedade Sul-Brasileira de Arroz Irrigado (Sosbai), André Andres explica que as apresentações cumprem tanto a função de aproximar a pesquisa, feita dentro da academia do setor produtivo, como possibilitar aos estudantes adquirirem experiência. “Faz parte da qualificação deles apresentarem um trabalho. Alguns farão a primeira apresentação em público. É um momento importante para o estudante e, ao mesmo tempo, compartilhar o conhecimento que é gerado nas universidades, na Embrapa, no Irga, na Epagri ou nas empresas privadas”, disse.

Para o professor da Faculdade de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Moacir Cardoso Elias, homenageado no evento, o Congresso traz em sua gênese a tradição do diálogo entre os diferentes setores da orizicultura. “Traz relevantes aspectos da agricultura, pois a evolução da cadeia do arroz resulta, em especial, da integração de respostas científicas oriundas de trabalhos das instituições e universidades com dedicação, eficiência e investimentos das agroindústrias, arrozeiros, e setores de apoio como a assistência técnica e empresas de insumos. Pesquisas que disponibilizam excelentes informações e conhecimentos para toda a cadeia, dos insumos ao prato.”

Andres, por sua vez, reforça a importância da participação de arrozeiros e consultores agrícolas no congresso. “No último dia, abriremos as porteiras para que o agricultor e o técnico que estão lá na ponta da cadeia venham e apresentem seus problemas. Às vezes é uma demanda mais básica do que aquilo que pesquisamos, então essa aproximação é fundamental. A pesquisa precisa ouvir quem está no campo”, afirmou.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter