Depois da visita do menino
Uma série de providências pode ser tomada para diminuir o impacto negativo.
A lavoura arrozeira gaúcha, apesar dos altos níveis de produtividade média, apresenta uma razoável variabilidade ao longo dos anos, causada, fundamentalmente, pelas condições climáticas. Dentre as causas dessa variabilidade está o fenômeno climático El Niño.
Para o estado como um todo, os eventos El Niño são desfavoráveis. Esse comportamento pode ser explicado pelo excesso de chuvas, principalmente nos meses de primavera, provocando o atraso na semeadura e, em alguns casos, perdas de lavouras decorrentes de inundações.
A fronteira-oeste é a única região favorecida, a depressão central e a Planície Costeira Interna à Lagoa dos Patos são pouco afetadas, mas predominam os efeitos negativos nas regiões campanha, a Planície Costeira Externa à Lagoa dos Patos e zona sul. As chuvas continuarão em excesso até o final de novembro.
Uma série de providências pode ser tomada para diminuir o impacto negativo. Os produtores devem manter desobstruídas valas de drenagem, bueiros e vertedouros de barragens. Têm de supervisionar terraços e canais de escoamento para evitar pontos de ruptura e preparar com antecedência toda a estrutura necessária para a semeadura (máquinas, equipamentos, insumos…), pois o excesso de chuva pode diminuir o número de dias viáveis para efetuar a semeadura dentro do período preferencial, recomendado pelo zoneamento agrícola, além de dar preferência para os sistemas de cultivo em que a semeadura seja menos afetada pela chuva, como a semeadura direta, o pré-germinado e o transplante de mudas.
O produtor tem de ter o cuidado de evitar a semeadura em áreas sujeitas a inundações, preferindo cultivares de ciclo precoce, particularmente para as semeaduras de final do período recomendado, visando escapar do frio nas fases críticas da planta. Tem também de dar atenção ao controle de doenças, em particular a brusone.
O preparo das colheitadeiras precisa ser realizado com antecedência para que a colheita seja feita no menor tempo possível, isto porque o El Niño apresenta um segundo período de chuvas acima da média de abril a junho. Finalmente, o produtor terá de efetuar um seguro agrícola.