Desempenho de mercado continua preocupante

As medidas implementadas pelo governo federal para enfrentar a situação de vulnerabilidade econômico-social de parcela substancial da população brasileira ainda não provocaram impacto na oferta de arroz.

O patamar de produção nacional, como o dos últimos dois anos, vem superando levemente o de consumo (mais de 13 milhões contra 12,7/12,8 milhões de toneladas). Disso vem resultando um acréscimo de 12% a 15 % no suprimento interno de arroz (15,8 milhões de toneladas em 04/05 – Conab).

Tal nível de consumo, relativamente baixo, somado à pressão de oferta internacional, notadamente dos outros países-membros do Mercosul, reflete-se no tamanho dos estoques e contribui para intensificar a pressão baixista sobre os preços do produto.

Por outro lado, as medidas implementadas pelo governo federal para enfrentar a situação de vulnerabilidade econômico-social de parcela substancial da população brasileira ainda não provocaram impacto na oferta de arroz.

Além do mais, a organização e mobilização alcançadas pelos produtores, especialmente os gaúchos, em defesa de melhores condições de comercialização de seu produto, não se mostram suficientes para enfrentar os interesses dos demais segmentos da cadeia produtiva.

Desse modo, mantêm-se elevados os níveis de importação do grão, mesmo com a política cambial estadunidense de rebaixamento do valor do dólar.

Ao mesmo tempo, a produção mato-grossense, em fim de colheita, entra no mercado paulista a preços mais baixos deslocando a produção sulina.

No Mato Grosso, o encarecimento dos fretes exerce uma contra-pressão nos preços ao produtor.

Em razão disso, o primeiro leilão de prêmio de risco de opções privadas para o arroz do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, realizado no último dia 27, nada mais fez do que refrear a queda progressiva dos preços do arroz em casca nas praças destes dois estados.

Esse pregão, aliás, negociou pouco mais de 1/3 dos contratos ofertados, ou, precisamente, 1122 dos 3.148 contratos para o Rio Grande do Sul (totalizando 85 mil toneladas) e 210 dos 556 contratos para Santa Catarina (somando 15 mil toneladas).

Assim, nas principais praças gaúchas, desde o fim de março último, os preços da saca de 50 kg ao produtor recuaram de 9,5% (em Capivari) a 16 % (em Alegrete).

Nessas duas praças alcançam R$ 23,50 e R$ 21,00, respectivamente.

Nas demais praças, situam-se em R$ 21,00 (Uruguaiana), R$ 21,50 (Pelotas e Santa Maria) e R$ 22,00/sc de 50 kg (Cachoeira do Sul).

MATO GROSSO

Nas principais praças mato-grossenses, no mesmo período, os preços ao produtor caíram de 4,5% (Cuiabá, Barra do Garças/Água Boa) e 7% (nas demais).

Nas praças citadas acima, os preços alcançam, hoje, R$ 21,50 e R$ 20,50/sc de 60 kg, respectivamente.

Em Rondonópolis e Tangará da Serra estão a R$ 19,50/sc de 60 kg eem Sorriso e Sinop, a R$ 18,50/sc de 60 kg.

Nas principais praças catarinenses e no mesmo período, os preços da saca de 50 kg do arroz em casca caíram R$ 2,00 a R$ 3,00. Ficaram em torno de R$ 22,00 no Vale do Itajaí e em Jaraguá do Sul e, em R$ 20,00 no Sul do estado.

SÃO PAULO

Os preços do arroz beneficiado no atacado paulistano (base CIF e prazo de 30 dias, e com ICMS), por sua vez, caíram nesse período:

A queda ficou em torno de 7% para a saca de 60 kg . O Agulhinha tipo 1 ficou a R$ 57,00, do tipo 2 a R$ 54,00 e o do tipo 3 a R$ 51,00 e de 11% para o fardo de 30 kg . O Agulhinha tipo 1 ficou a R$ 30,00, do tipo 2 a R$28,00 e o do Parboilizado a R$ 29,50.

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