Dólar alavanca alta do arroz e cria barreira à importação
Mercado segue bastante especulado e com preços em evolução.
O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul deve manter-se firme nos próximos meses, na medida em que o câmbio mantiver-se com o dólar valorizado, na opinião do diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) Tiago Sarmento Barata.
“Com o dólar se valorizando perante o real desde o segundo semestre de 2014, mas com maior força em 2015, a cadeia produtiva ampliou sua competitividade e consegue colocar arroz no mercado externo com preços abaixo das referências do mercado mundial e dos principais concorrentes”, revela o dirigente setorial.
Segundo ele, o diferencial está principalmente na crise política pela qual passa o País, que torna mais aguda a diferença cambial e a crise econômica. Na semana passada o dólar superou a barreira dos R$ 4,00. “A moeda norte-americana vem se valorizando sobre as demais moedas também, mas não tanto quanto ao real”, acrescenta Barata.
Se está potencializando as vendas para outros países, por outro lado a evolução da moeda estadunidense está segurando as importações, o que ajuda a manter o equilíbrio no mercado doméstico.
Com referência média de preços no mercado nacional entre US$ 9,50 e US$ 10,50, o dólar não paga o custo de produção dos países do Mercosul (Argentina, Uruguai e Paraguai), dos Estados Unidos e até de países asiáticos, como a Tailândia, que vendeu mais de 70 mil toneladas de arroz para o Brasil no ano que passou, mas na atual temporada tem negociação inexpressiva.
O Paraguai, por exemplo, é o maior fornecedor de arroz para o Brasil, especialmente para indústrias do Paraná, São Paulo e Minas Gerais. Porém, apesar do custo de produção abaixo do praticado em outros países (acima de US$ 12 dólares historicamente), na faixa de US$ 11,50 por saca, raramente o país guarany consegue fazer frente aos preços brasileiros.
Enquanto isso, o mercado interno perde suas referências e se mantém superespeculado e em valorização, rumo aos R$ 40,00 nas principais praças gaúchas. Com o dólar acima dos R$ 4,00 a expectativa é de que o Brasil consiga avançar em suas vendas externas, especialmente de quebrados de arroz e produto em casca.
Para facilitar a comercialização interna, o diretor do Irga, Tiago Sarmento Barata, defende a comercialização por meio de um mecanismo de leilões na Bolsa Brasileira de Mercadorias, o Arroz na Bolsa. Segundo ele, trata-se de um mercado seguro que poderá se tornar referencial para os produtores e, até mesmo, a cadeia produtiva.
5 Comentários
Tão sabendo da última notícia! Tive informação de fonte segura(alguém de dentro da grande indústria), que estão para fechar um negócio de 800.000sc de arroz 64 inteiros em Uruguaiana pelo modesto valor de R$45,00. Se for verdade, aqueles que me chamaram de louco um mês atrás quando falei em 45 -50 , vão ter que se desculpar. Eu sou um pequeno produtor, quase um aguador, mas meu espião é forte…hehehe!
Outra coisa que fiquei sabendo é que um arroz do Uruguay que ia direto para nordeste deu pra traz negócio por causa da alta do dólar, exatamente vem de encontro com a notícia acima. Chegaria a mais de 50 reais o casca posto Brasil.
Poa ai vão vendo que a coisa ta se complicando pra indústria e consumidor. De vez em quando o produtor tem que ganhar também e tá visto que esse ano ta tudo indo neste sentido. Pena que quase já não tenho arroz pra vender. Outra coisa é o trigo que ta indo no mesmo caminho por causa do dólar. E cade os estoque do governo???? Tomará que a Dilma dure mais uns dias que dai o arroz vai a 60 reais isso se o país sobreviver a crise e ao banditismo!!!
E o cara que vendeu Arroz a R$ 33,00…35,000…bah..Este se ferrou, e feio..Na verdade poucos vão ser que ganharam com esta alta do Arroz..Os mais Ricos e que não precisam Tanto, como sempre…O Resto, ja torrou seu estoque Depositando nas Industrias e vendendo na Safra…
É uma pena, mesmo assim é melhor que o preço esteja aumentando que diminuído, e se alguns ganharem fico feliz por eles,vão menos alguem do setor do nosso lado ganha algo.
Porto de RG exportação , chegando nos 45 também