El Niño pode recuperar os preços globais do arroz

Pela terceira safra consecutiva, a demanda excederá a produção mundial. Assim, os estoques mundiais cairiam para 91,4 milhões de toneladas, o menor nível desde 2007/2008.

Os preços deprimidos no mercado internacional do arroz poderiam se recuperar se o fenômeno El Niño afetar dramaticamente a maior região produtora do mundo no mundo. Considerando como um fato um El Niño muito intenso, teríamos chuvas reduzidas, com menor produção no Sudeste Asiático, onde os grandes exportadores, como Tailândia, Vietnã e Índia, juntamente com outros países mais pequenos.

As projeções atuais apontam para a possibilidade de um El Niño que pode ser o mais forte em 6 a 20 anos, dependendo da projeção a ser tida em conta. Essas hipóteses são tratadas em um contexto de ano agrícola 2015/2016, em que os estoques de cereais seria o mais baixo em oito colheitas. De acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a demanda de arroz na temporada 2015/2016 deverá atingir um recorde de 489 milhões de toneladas.

Pela terceira safra consecutiva, a demanda excederá a produção mundial. Assim, os estoques mundiais cairiam para 91,4 milhões de toneladas, o menor nível desde 2007/2008, quando os preços do arroz subiram no mercado internacional. As projeções de seca na Ásia por um em El Niño intenso afetar o menor nível de estoques ainda não geraram reação no mercado internacional.

Neste mês de junho, os valores internacionais foram mais de US$ 60 por tonelada inferiores aos de um ano atrás. O preço indicativo do arroz branco baseado no preço FOB dos principais países exportadores, caiu para a média de US$ 398 por tonelada, um valor US$ 62 por tonelada mais baixo comparado com o de um ano atrás.

Há vários fatores que pesam sobre o cenário e impõem preços deprimidos. Em primeiro lugar, não há ainda um cenário de seca nos principais mercados do Sudeste Asiático. Na Índia, as chuvas nas primeiras semanas de junho foram maiores do que o esperado pelo governo. O Departamento Meteorológico tinha estimado um nível de chuvas de monção de 88% sobre a média de 50 anos. Na Tailândia, há alguma preocupação com o governo pedindo aos agricultores em algumas áreas do país para atrasar o plantio devido às restrições de água.

Apesar dos riscos presentes, ainda há uma forte concorrência de preços entre os principais exportadores asiáticos para os Estados Unidos, com seus subsídios nos mercados com maior qualidade. Na Tailândia, o regime de subvenção do governo anterior levou estoques estatais para mais de 16 milhões de toneladas. No entanto, para o consumo humano não haveria mais de 4 milhões de toneladas, sendo o restante usado para a alimentação animal ou biocombustíveis.

4 Comentários

  • Situação preocupante para o próximo plantio aqui no RGS, um El Nino forte se realmente for confirmado, como um dos maiores dos ultimos 20 anos na primavera, época do plantio, é de assustar qualquer vivente plantador.
    Chuva neste período de plantio é gasto descomunal de combustível no preparo do solo, desgaste enorme nos tratores, implementos e plantadeiras, uso excessivo de Glifosato e demais herbicidas, e que é pior, atraso na semeadura, ocasionando uma floração extemporânea gerando panículas estéreis.

  • Sempre vem estas noticias antes da planta para nos adoçar depois super safra e ferro de novo como sempre,arroz produto de sesta basica e preço baixo sempre para encher a pança dos bolsa tudo……

  • Tens razao Ricardo… Ameaça de El Nino para colocar medo no pessoal que quer plantar soja na varzea… O pessoal fica com medo e acaba plantando arroz… Nao caiam na conversa… Filtrem as noticias… Vamos diminuir a area de arroz… Gado e soja estao dando um bom retorno… Pra que seguir no erro tomando tufo!!!

  • O arroz, no Brasil e principalmente no RGS é o único produto que não respeita nenhuma realidade de mercado muito menos prospecções, quem determina os valores é o governo e as indústrias.
    Hoje nosso arroz beneficiado é um dos mais baratos do mundo, na suiça o 1/2 de arroz no supermercado custa R$ 20,00.
    Quem paga, com prejuízo, por esse valor baixo é o produtor, na desvalorização do seu produto, esmagado pela indústria que hoje registra lucros acima dos 30%.

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