El Niño: volta do fenômeno pode ocorrer em julho
Para a região Sul, o fenômeno traz aumento das precipitações e .
O fenômeno climático El Niño pode causar novos problemas para as safras de inverno do Brasil, já prejudicadas pela seca, mas iria criar o clima perfeito para as próximas colheitas de soja e milho. Os modelos climáticos mostram que as temperaturas da superfície do Oceano Pacífico estão subindo, e é cada vez maior a probabilidade de isso resultar nos próximos meses no fenômeno El Niño, que ocorreria pela primeira vez desde 2009.
No passado, o fenômeno trouxe chuva forte em partes da Argentina e regiões ao sul do Brasil, afetadas pelo clima quente e seco no início deste ano. Seria por volta de junho o início do El Niño, ou pelo menos temperaturas maiores do que a média em todo o Pacífico equatorial, segundo Franco Villela, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia do Brasil (Inmet). Embora a formação do El Niño não seja uma certeza, o mercado já está atento ao seu potencial impacto sobre o Brasil – o maior exportador mundial de açúcar, café e soja.
Inicialmente era uma possibilidade, mas agora alguns meteorologistas já estão afirmando que há uma chance de 75% de que o El Niño possa retornar. Para a área do Centro-Sul do Brasil, principal produtora de cana, o clima úmido no final da estação de moagem reduziria o teor de açúcar na cana. A chuva do El Niño seria um risco significativo para a colheita da cana. Para a cana, o café e a citricultura, é o pior cenário possível, segundo o agrometeorologista Marco Antonio dos Santos, da Somar Meteorologia, acrescentando que a qualidade, bem como os trabalhos de colheita seriam afetados. Ainda assim, chuvas ininterruptas provocadas pelo El Niño em junho ou julho não seriam de todo ruins para a agricultura no Brasil, e são realmente o ideal para a soja e o milho.
As condições do El Niño, de maior precipitação na Argentina e em regiões ao Sul do Brasil, durante o final da primavera da América do Sul e o início do verão, geralmente resultam em perspectivas favoráveis de rendimento para a próxima temporada (2014/2015). O Brasil está saindo agora do que foi o verão mais quente e mais seco já registrado no Sudeste, região densamente povoada, o que provocou o temor de racionamento de água e de energia em um país onde a maioria da eletricidade vem de hidrelétricas.
A seca reduziu em cerca de 11% a atual safra de café (2014/2015) e 25 a 40 milhões de toneladas de cana-de-açúcar. As condições climáticas devem ser normal ao longo dos próximos três meses do outono na América do Sul, antes de quaisquer possíveis efeitos do El Niño. É possível que ocorra geada no Sul no próximo mês e é esperada precipitação moderada. Mesmo com a previsão de chuva normal, não vai ser suficiente para reverter as perdas vistas durante o verão no Brasil.
1 Comentário
Com este alerta o produtor deve procurar fazer o preparo antecipado das áreas de arroz bem como investir em melhorias da drenagem nas áreas destinadas a soja e milho, para a rotação de culturas nas várzeas!