Em ajuste

A safra brasileira de arroz 2012/13 foi 65 mil toneladas menor do que o inicialmente esperado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), segundo o 10º Levantamento da Safra de Grãos, divulgado em julho. A estimativa de produção caiu para 11,86 milhões de toneladas em base casca, volume ainda 2,2% superior à safra anterior. O ajuste se deve às perdas produtivas, por efeitos climáticos no Norte e no Nordeste brasileiros, onde o cultivo ocorre mais tarde.

A área total cultivada alcançou 2,39 milhões de hectares, em retração de 1,5% sobre o ciclo 2011/12. O rendimento compensou, crescendo 3,8%, até 4.961 quilos por hectare. O investimento em manejo e irrigação no Norte e Nordeste e variedades mais produtivas no Centro-oeste valeram a pena. Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com cultivos irrigados de alto rendimento, representam quase 76% do volume colhido no país, com 67% e 8,7% da safra, respectivamente.

Entre os estados, mantém-se em destaque o gaúcho, com produção estimada em 7,93 milhões de toneladas, aumento de 2,5% sobre o volume da safra anterior e produtividade de 7,44 mil quilos por hectare. Área cultivada: 1,07 milhão de hectares. Santa Catarina reduziu 4,9% sua produção, também pelo clima, a 1,02 milhão de toneladas, em estáveis 150 mil hectares. O rendimento médio não passou de 6.828 quilos por hectare, em queda de 4,9%.
Nas demais regiões, destaca-se o Maranhão, no Nordeste, agora o terceiro maior produtor de arroz do Brasil. Colheu na temporada 2012/13 611 mil toneladas, em crescimento de 30,6%. A produtividade evoluiu 33,7%, para 1,47 mil quilos por hectare. A área cultivada reduziu em 2,3%, para 416 mil hectares. O governo do Maranhão investe na distribuição de sementes aos pequenos produtores, cujas roças têm baixa tecnologia e, em sua maior parte, são destinadas à subsistência e cultivam variedades de grão longo. A área irrigada também dá suporte ao crescimento produtivo.

Uma das novidades do levantamento é o Tocantins, que superou o Mato Grosso no quarto lugar no ranking nacional por 40 mil toneladas. O estado do Norte ampliou a safra em 28%, alcançou 565,7 mil toneladas em 119,1 mil hectares e o Mato Grosso, apesar da evolução em 14,5%, alcançou 528 mil toneladas em 166,3 mil hectares. A diferença está na produtividade, pois o Tocantins usa irrigação em boa parte das lavouras e o estado do Centro-oeste planta arroz do seco. Enquanto os tocantinenses colheram 4,75 mil quilos por hectare, com alta de 28,8% no rendimento, os rizicultores mato-grossenses tiveram desempenho 1,5% menor, com 3,18 mil quilos por hectare.

QUESTÃO BÁSICA
Em relação ao quadro de suprimentos, o 10º Levantamento aponta leve queda na posição do estoque de passagem, em 28 de fevereiro de 2014, de 1,4 milhão de toneladas para 1,34 milhão. A Conab manteve a projeção de que o Brasil importará 1 milhão de toneladas e exportará 1,1 milhão, posição que pode ser alterada já no levantamento de agosto. A Conab só deve estimar a safra de arroz 2013/14 em setembro, mas a Safras & Mercado prevê 0,9% de aumento.