Em equilíbrio

 Em equilíbrio

Dos grandes exportadores, só o Paquistão terá queda nas vendas | DIVULGAÇÃO

Produção cai enquanto
o comércio mundial
avança em 2017.

 Com um estoque confortável, que garante o abastecimento mundial por meses, a produção global de arroz em 2017 deve registrar mínima retração de 700 mil toneladas, ou 0,05%, para 500 milhões de toneladas de produto (base beneficiado). Os dados foram divulgados em outubro pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e o volume é equivalente a 738 milhões de toneladas em base casca.

A expectativa é de que haja nova pequena queda na produção em 2018, em especial pela retração produtiva prevista para os Estados Unidos, o Mercosul e alguns países da Ásia. Uma eventual confirmação da ocorrência do fenômeno climático La Niña pode afetar também a produção na Ásia, na África e na Oceania.

Segundo a FAO, a produção mundial em 2016 melhorou 2%, para 754 milhões de toneladas de arroz em casca (501 milhões de toneladas de arroz beneficiado) contra 740 milhões de toneladas anteriormente. “Em 2017, a produção arrozeira será menos abundante do que o previsto por causa do declínio da produção da Índia. Ainda assim, deve confirmar aumento nos demais países exportadores asiáticos, especialmente na Tailândia, graças à extensão das áreas semeadas”, frisa o pesquisador Patricio Méndez del Villar, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), em seu boletim mensal do mercado mundial de arroz (InterArroz).

Segundo del Villar, na África, as colheitas vêm melhorando, sobretudo nas regiões ocidentais, onde a produção pode crescer 4% em 2017. Em contraste, as más condições climáticas afetam as safras na África Oriental e Austral. “Em Madagascar, a produção teria baixado 8% em 2017. Na América do Norte, as colheitas também teriam baixando 16% devido a uma redução de áreas arrozeiras. Já na América Latina, a produção aumentou, especialmente no Brasil, graças à boa produtividade”, relata.

COMÉRCIO
Em 2017, o comércio mundial se reativou, aumentando a movimentação em 8,3%, para 44,5 milhões de toneladas diante das 41,3 milhões de toneladas em 2016. O aumento se concentra sobretudo na Ásia, onde os grandes países importadores devem reconstituir seus estoques e, assim, limitar tendências inflacionárias.

Na África, a demanda de importação deve aumentar apenas 1,4%, contra 3% em 2016. Nos demais países do mundo, as importações devem baixar devido a boas disponibilidades internas. “Do lado da oferta, todos os exportadores verão aumentar as vendas, exceto o Paquistão. Os líderes do mercado (Índia, Tailândia e Vietnã) devem consolidar posições, representando um total de 65% das exportações mundiais, contra 60% em 2016”, acrescenta Patricio Méndez del Villar.

FIQUE DE OLHO
Os estoques mundiais de arroz terminados em 2016 teriam caído 1%, para 166,5 milhões de toneladas, segundo a FAO. “A contração afetou principalmente a Tailândia, onde as autoridades públicas praticamente liquidaram seus estoques antigos”, cita Patricio Méndez del Villar, do Cirad. Até 2017, as reservas mundiais podem aumentar 1,2%, para 168,6 milhões, se estabelecendo em um nível considerado confortável, equivalente a um terço do consumo mundial.

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