Enchentes comprometem produção arrozeira do Paraná
(Por Planeta Arroz) A estimativa de outubro para a safra de arroz irrigado no Paraná apontava que 81% da área de 18 mil hectares estava plantada, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral). Todas as lavouras eram classificadas como boas naquele momento, segundo engenheiro agrônomo Hugo Godinho. “Porém, nesta última semana a situação mudou drasticamente, com as chuvas excessivas”, observa.
As precipitações atingiram as cabeceiras do rio Ivaí – e de seus afluentes – causando inundações nas margens destes cursos d´água. Em suas várzeas estão oito dos dez maiores municípios paranaenses produtores de arroz, concentrando aproximadamente 80% da área estadual.
“Estima-se que mais de 10 mil hectares de arroz ficaram submersos, ao menos por um dia, o que deve acarretar na perda total de grande fração destas áreas. Parte das lavouras alagadas pode se recuperar ou ser replantada, dependendo da velocidade de recuo do leito do rio. No entanto, o replantio ainda pode esbarrar em outros problemas, como acesso a crédito e disponibilidade de sementes”, acrescenta o especialista.
Apesar do Paraná responder por apenas 1,5% da produção nacional, o arroz eventualmente figura como o principal produto do Valor Bruto de Produção de alguns municípios atingidos pela cheia do rio, como Santa Mônica, que em 2022 teve 24% do VBP gerado pelo produto. Querência do Norte, o maior município produtor, também teve áreas atingidas pela enchente, segundo apurado pelo Deral.
Conforme o órgão, a região é a maior produtora do grão no estado, com cerca de 200 produtores de irrigação de arroz. Foram cerca de 80% do produto perdido na última semana. O agricultor Almir José Bassani, de Santa Mônica, na mesma região, calcula que vai deixar de colher cerca 1.080 sacas. Segundo ele, era a principal colheita do ano. A estimativa é de que o Paraná tenha acumulado uma perda de 100 mil sacas.