Entrada triunfal

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Rotação: sistema produtivo em busca de sustentabilidade

Introdução da soja em terras baixas é caminho sem volta, mas desafia
pesquisa e produtores.

 Até julho de 2021, tempo de duração do projeto de pesquisa “Viabilização da cultura da soja no agroecossistema de terras baixas do Rio Grande do Sul”, da Embrapa Clima Temperado, o objetivo é tornar a cultura um dos componentes do sistema de produção em áreas de várzea, hoje basicamente voltado ao arroz irrigado e à pecuária. Também conhecido como Projeto Soja TB, o programa teve início em agosto de 2017 e entra, portanto, no seu terceiro ano.

Segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a área da soja em rotação com arroz vem evoluindo gradativamente de uma safra para outra. Na temporada 2017/18, a soja em rotação com arroz ocupou 297.453 hectares e obteve uma produtividade média de 2.448 quilos por hectare (40,8 sacos). Na última safra, 2018/19, a área atingiu 312 mil hectares e a produtividade manteve a média de 40 sacos por hectare. A expectativa é de um crescimento de até 5% para o ciclo 2019/20, beirando 330 mil hectares. Estudos do Irga indicam que a partir do domínio das tecnologias necessárias, o Rio Grande do Sul poderá plantar 500 mil hectares por ano de soja em terras de arroz.

Coordenador do projeto, o pesquisador Germani Cocenço explica que entre as contribuições buscadas está o avanço da soja em terras baixas e por isso são estudados os diversos fatores a serem manejados, tais como fluxo das águas, rotação de culturas, parte física e química do solo, recursos humanos e práticas de manejo de pragas, entre outros, a fim de contribuir com os aspectos que precisam ser melhorados. “Além de se tornar em mais uma opção de renda na propriedade, contribuindo com o fluxo de caixa, a cultura se constitui em reconversora de tecnologias para o arroz e mantenedora de áreas para outras tecnologias, auxiliando, por exemplo, no manejo de plantas daninhas resistentes”, frisa.

MONOCULTURA

Nas áreas de terras baixas do Rio Grande do Sul há o predomínio do monocultivo de arroz irrigado por inundação contínua. Estima-se que em torno de 2 milhões de hectares em terras baixas têm potencial para cultivar soja. Os fatores limitantes a sua produtividade estão relacionados às características físicas do solo, dinâmica hídrica e disponibilidade de nutrientes.

Em épocas de chuva, o solo permanece coberto por lâmina de água por longos períodos, sendo necessária drenagem adequada e ajustes no seu preparo para contornar o excesso de umidade.
Os resultados do projeto são apresentados anualmente a produtores e técnicos durante o Seminário Técnico Soja em Terras Baixas. A segunda edição foi realizada em junho, no auditório da Estação Terras Baixas (ETB) da Embrapa Clima Temperado, Capão do Leão (RS).

Segundo Cocenço, o seminário buscou a interação entre o produtor e os pesquisadores de maneira a divulgar os bons resultados em condições experimentais permitindo que sejam replicados para este público. Os destaques desta edição foram direcionados aos manejos de solo e de fertilidade e como lidar com o excesso hídrico nas lavouras. “Quem planta soja em terras baixas são produtores de arroz que devido às diferenças entre as duas culturas vêm em busca de experiências para trabalhar com mais segurança”, explica.

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