Esperança no final
Federarroz acredita
em melhora no perfil
do mercado e preços.
Se depender da expectativa da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), o segundo semestre do ano comercial, que vai de 1º de setembro de 2019 a 29 de fevereiro de 2020, será de preços em elevação e mercado aquecido. Marco Aurélio Marques Tavares, diretor de mercados da entidade, considera que há fundamentos no perfil de oferta e demanda que devem passar a valer com mais ênfase ao longo dos próximos meses.
“Baixos estoques de passagem, flexibilização dos pagamentos dos custeios e exportações acima do previsto passarão a repercutir fortemente na formação dos preços”, acredita o dirigente, que também é produtor e analista de mercados. Tavares considera que os estoques de passagem no Brasil serão os menores dos últimos 20 anos, considerando o final do ano agrícola, pelos números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em função da quebra expressiva de produção no país, que foi uma das maiores nos últimos 10 anos. “O estoque público é inexpressivo e em fevereiro de 2020, também, o volume privado disponível será mínimo, talvez o menor das últimas décadas. Isso fortalece uma expectativa de valorização do cereal em pouco tempo”, avalia, sobre dados oficiais.
O dirigente salienta que o Banco do Brasil disponibilizou um mecanismo chamado de comercialização de produção própria (CPP), que possibilita a liquidação dos custeios que vencem a partir do mês julho. Enquanto isso, os produtores aguardavam a confirmação do adiamento das parcelas de custeio de julho e agosto para setembro, outubro e novembro.
Além disso, há uma expectativa de que o Brasil supere a expectativa inicial de exportação, na casa de 900 mil toneladas, segundo a Conab. Neste caso, a balança comercial, projetada em um déficit de 400 mil toneladas, pode ser mais ajustada, encolhendo ainda mais os estoques. Ainda, Tavares endossa a previsão da Federarroz de que sem mudanças do atual cenário de preços, a próxima safra deve ter uma redução de pelo menos 5% na área.
“Pelos dados da Conab, há sim uma possibilidade crescente e muito forte de o arroz alcançar preços remuneradores, em algum momento, entre setembro e fevereiro”, assegura. Para o dirigente, os arrozeiros devem ter planejamento e gestão muito eficazes sobre os estoques que ainda dispõem e se manterem bem informados sobre o mercado, o que ajuda a definir estratégias de venda. “Isso vai interferir na renda ou no prejuízo nos números finais”, ensina.
Tavares: tudo para virar