Estimativa de custo de produção de arroz irrigado
Uma das ações desse projeto é analisar o custo de produção; coeficientes técnicos, custo e rentabilidade da lavoura irrigada do arroz no Projeto Rio Formoso.
O Estado do Tocantins possui uma área cultivada com arroz irrigado de 58.800 hectares, que se encontra 95% localizada nos municípios de Formoso do Araguaia, Lagoa da Confusão, Dueré e Cristalândia. Grande parte do arroz irrigado é praticada em áreas de várzeas contínuas sistematizadas, bem representada no Projeto Formoso, em Formoso do Araguaia, fazendo parte do Vale do Javaés.
Visando a conservação e preservação desse ambiente, é desenvolvido o projeto multidisciplinar e interinstitucional “Estratégia para reduzir custos e impactos ambientais associados ao manejo de pragas na cultura do arroz irrigado no ecossistema de várzeas tropicais”. Uma das ações desse projeto é analisar o custo de produção; coeficientes técnicos, custo e rentabilidade da lavoura irrigada do arroz no Projeto Rio Formoso. Para desenvolver a análise, foram considerados 34 itens relacionados aos coeficientes operações, insumos, administração e pós-colheita. Os coeficientes são provenientes de trabalhos de campo desenvolvidos pelo Escritório da Ruraltins de Formoso do Araguaia e Embrapa Arroz e Feijão.
O gasto com insumos representou mais de 55% da despesa total. As despesas com sementes, fertilizantes e óleo mineral, nesse grupo de coeficiente, compreenderam 30%, sendo maiores com os fertilizantes, seguidos pelos herbicidas. Os gastos com fungicidas foram inferiores a 8% do custo total e com inseticidas, em torno de 2%. Já as despesas com operações na lavoura de arroz irrigado foram de 32%. Nesse grupo, o manejo fitossanitário foi responsável por 10%. Os gastos com pós-colheita foram os que menos incidiram no custo total da lavoura.
O custo total por hectare para a produção de arroz irrigado no Projeto Formoso, em março de 2006, período da colheita, foi de R$ 1.577,65. Tomando-se como produtividade a média de rendimento historicamente registrada no Projeto Rio Formoso (80 sacas de 60 kg por hectare) e considerando-se o valor da saca de arroz longo-fino em Tocantins de R$ 25,50, também à época de março de 2006, a receita bruta foi de 2.040,00, o custo da lavoura foi de 61,87 sacas por hectare; e o lucro, 18 sacas por hectare. Analisando-se a relação benefício/custo, chegamos a 1,29. Ou seja, lucro líquido de 30%, portanto, economicamente viável.
Se for levado em conta que o preço médio da saca de arroz (em grão) no Brasil entre 1990 e 2004 foi de R$ 36,23, o preço pago pelo arroz no Tocantins em março de 2006 foi 30% inferior. Isso reforça a possibilidade de lucro com a cultura, embora deva-se ressaltar que é necessária a observação das tecnologias preconizadas pela Embrapa para a produção.
Vale lembrar que a alta incidência de doenças, principalmente a brusone, responsáveis por perdas significativas na produção e a qualidade de grãos constituem fatores limitantes para o aumento da lavoura orizícola no Estado do Tocantins. O clima e o manejo deficiente da irrigação são responsáveis pelo surgimento da doença fúngica.