Expoagro mostra marrecos e peixes na lavoura de arroz

A Expoagro Afrubra 2004, evento que encerra nesta quinta-feira em Rio Pardo (RS), mostra como o orizicultor pode se dar bem com a criação de peixes e marrecos na lavoura.

Os agricultores que estão visitando o Rincão Del Rey desde ontem, 2, em Rio Pardo, onde funciona até esta quinta-feira 4 a Expoagro Afrubra 2004, têm acesso a uma série de atividades demonstradas pela Emater/RS-Ascar que vêm sendo desenvolvidas nas propriedades agrícolas familiares do Rio Grande do Sul e que representam alternativas de renda diversificadas para o meio rural. Nos espaços ocupados pela extensão rural oficial do Estado são expostas produção e aproveitamento de peixes, criação de marrecos e de peixes no arroz, ervas medicinais, secagem e armazenagem de grãos, aproveitamento da rama da mandioca, arroz de sequeiro, pastagem e classificação de produtos
vegetais.

Uma das atividades que mais tem despertado curiosidade dos participantes é a criação de marreco no arroz. Uma área plantada com uma nova variedade do Irga (Instituto Riograndense do Arroz), a 419, lançada recentemente, abriga além do cereal, marrecos que fazem o controle de invasoras e do arroz vermelho. Luiz Pettine, técnico da Emater/RS-Ascar de Restinga Seca e responsável pela demonstração, explica que o marreco é responsável pela economia de 10% a 15% em insumos na lavoura de arroz, incluindo aí adubos e agrotóxicos, uma vez que o marreco controla os invasores e aduba de forma orgânica a área.

Fora isso, quando a lavoura entrar em maturação, os
animais são retirados e sua carne pode ser comercializada. O investimento é de R$ 2,80 a unidade por safra (são necessários 50 marrecos por hectare), que se transformam em R$ 5,00 a 6,00 na venda da carne do marreco adulto. Os ovos também podem ser comercializados.

O marreco não precisa nem de estrutura, nem alimentação especial na lavoura. O único investimento é a aquisição da ave, que tem que ser feita a cada nova safra. Os marrecos no arroz estão no espaço de número 191 na exposição.

RIZIPISCICULTURA

As alternativas para o arroz não param no marreco. A produção de peixes junto com o cereal – a rizipiscicultura – é outra possibilidade mostrada pela Emater/RS-Ascar. No estande 191 está instalada uma lavoura de arroz variedade do Irga de número 420 consorciado com peixe (carpa).

O peixe no arroz oferece as vantagens do marreco: economia nos insumos e renda com a venda da carne. No entanto, requer um investimento inicial na estrutura da lavoura, mas que compensa, pois o peixe é produzido sem qualquer outro custo e a economia na lavoura de arroz é significativa. Ainda é uma produção ecológica, uma vez que o agrotóxico é dispensado, já que o peixe (e o marreco também) faz o papel daquele.

Há ainda no espaço três outras lavouras de arroz com variedades da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a Firmeza, e da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina), a 108, e do Irga, a 422, respectivamente de ciclo curto, de ciclo longo e resistente a herbicida. Muitos agricultores da região já criam peixes em açudes, porém, conforme os técnicos, boa parte faz o manejo de forma não correta. Por isso o estande de número 180 oferece um açude com criação de carpas e uma área para demonstração de aproveitamento do pescado (filetagem).

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