Federarroz prevê dificuldades ainda maiores para próximo ano

Entidade afirmou, durante reunião da Câmara Setorial do Arroz, que estoques de passagem aumentaram no Mercosul .

Os atuais problemas de seletividade de crédito e comercialização enfrentados pelo arrozeiro deverão ocorrer novamente no próximo ano. Esses assuntos foram abordados pela Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz), nesta terça-feira, dia 18, durante reunião em Brasília da Câmara Setorial do Arroz, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A entidade também agradeceu a atuação do Ministério acerca dos alongamentos junto ao Banco do Brasil e as confirmações que deverão ocorrer nos casos dos bancos, Banrisul, Sicredi e Caixa Econômica Federal, mas salientou novamente a descapitalização que o setor vem sofrendo nas últimas safras.

O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, afirmou que a entidade iniciará um alerta aos produtores de arroz do Brasil e países vizinhos sobre os problemas a serem enfrentados pelo setor no próximo ano mediante apresentação de diagnóstico. “A previsão é de preços não remuneradores no primeiro semestre de 2018 e um segundo semestre tão apertado como o que estamos vivenciando neste ano, em função de expectativa de aumento dos estoques de passagem do Mercosul e mercado internacional relativamente pouco valorizado”, destacou.

A Federarroz prevê que se não houver uma redução na área plantada com o arroz no Mercosul, mínimo de 250 mil hectares no Brasil, e 50 mil hectares no Paraguai, Uruguai e Argentina, o setor entrará em uma espiral muito negativa, similar aos anos de 2011 e 2012. “O indicativo é que no final da atual temporada, safra 2016/2017, sobrou em estoque 1,4 milhão de toneladas no Brasil. Caso a área se mantenha, para o próximo período 2017/2018 deverá sobrar o mesmo volume, podendo resultar em estoque de passagem superior a 2 milhões de toneladas, volume extremamente nocivo ao setor produtivo”, enfatizou Dornelles.

A Federarroz aconselha aos produtores que tenham claro e em mente as dificuldades que serão enfrentadas no próximo período comercial, que poderão ser ainda maiores a depender do volume da próxima colheita. Segundo Dornelles, a Federarroz novamente alerta que agora é o momento de negociar os arrendamentos de arroz, ou mesmo devolver ao proprietário áreas cujo arrendamento for superior a 10% do volume líquido da safra, pois o setor não está tendo a rentabilidade necessária para sequer cobrir os custos de produção. “Muitas coisas somente competem ao produtor, na busca da rentabilidade adequada”, salientou.

Nos últimos anos a Federarroz trabalhou junto ao Mapa com o objetivo de escoar os estoques públicos, acarretando em um enxugamento do mercado e maior comodidade ao produtor. Em relação aos custos de produção, maior problema do setor, a entidade já vem trabalhando, cujos resultados são esperados no longo prazo. A única salvaguarda que os produtores brasileiros possuem hoje é que argentinos, uruguaios e mesmo paraguaios estão passando pelas mesmas dificuldades, tornando improvável uma evolução do plantio nesses países. "A melhor ação setorial que os arrozeiros mercosulinos podem fazer é regular a área para atenuar os problemas futuros", finaliza Henrique Dornelles.

7 Comentários

  • Pois vai ai mais uma importante sugestaçao a Federarroz: – Assim como existe essa grande facilidade de sentar e conversar com esse governo que só empurra as coisas com a barriga porque não reunir-se com a Abiarroz e com as industrias que comandam o setor e traçar estratégias para a próxima safra como por exemplo reduçao na amplitude da tabela de preços? Reduçao dos juros das CPRs e financiamentos particulares? Vencimento escalonado das CPRs abril, junho, agosto, outubro… Concordo e sempre clamei por reduçao de area plantada… Se tivermos supersafra sobra arroz e os preços caem… Pouquissimo se faz pelas exportaçoes nesse país… Se os preços estão altos no mercado internacional agora seria a hora exata de exportar pois nossos preços estão mais competitivos!!! Mas não concordo que a crise ocorre em funçao do custo dos arrendanentos não… Tudo está pela hora da morte: herbicidas, sementes, peças, mao-de-obra, avião, diesel,… tudo!!! Não foi o preço dos arrendamentos quem quebrou os arrozeiros!!! Foi Juros caros, custos altos com insumos, preços aviltados!!! A industria que abra o olho… Que acabem com a tabela orelhana!!! Arroz Tio Ratalino tá encarecendo lá fora… Se se colher pouco aqui vão ter que pagar caro pelo arroz amarelo e barriga branca de fora do país… Vao chamar o 424 de meu amor!!! Reflitam e parem com essa tabela ridicula… Voces sabem que misturando 424 e 409 vira tudo tipo 1 !!! O produtor merece mais respeito !!! E soja na varzea… Sigam o exemplo do Alegrete!!!

  • A mensagem foi dada , sera que voces entenderam ou vão pagar para ver, só não esqueçam o que diz o ditado ERRAR É HUMANO ,PERSISTIR NO ERRO É B U R R I C E , DIMINUAM

  • Parabéns ao Sr. Schimidt! Inicia propondo algo muito importante, qual seja a integração ( ou sentar-se à mesa) da cadeia de produção da lavoura orizícola em que os segmentos e produtores e engenhos façam o planejamento da próxima safra em termos de quantidade e de preços da produção futura. Pode incluir fornecedores de insumos e outros itens (crédito, aviação agrícola, assistência técnica e gerencial, transportes etc.). Também felicito-o pela inclusão do tema diversificação de culturas com a soja e, porque não, tambémcom a pecuária de corte na tradicional vocação da região e no tão falado sistema de integração lavoura-pecuária. Apenas observo um natural “escorregão” quanto ao até então intocável “problemão” do arrendamento, que precisa ser encarado de frente, como acertadamente, propõe a Federarroz. Apenas tem que ser esclarecido se os dez por cento líquidos propostos referem-se, obrigatoriamente, em nosso entendimento aos itens terra e água. Esta temática, abordamos desde 1.993 e está em nosso livro no endereço http://www.livrariavanguarda.com.br e em outros artigos publicados. Enfim, é um ótimo tema que foi levantado nesta reportagem e tempestivo neste início de safra 2017/2018.

  • Leia-se sugestaçao onde esta escrito sugestaçao!

  • Acrescentando ao tema “problemão” do arrendamento temos que ele se apresenta de várias modalidades: a) somente o arrendamento da terra; b)somente o arrendamento da água, e; c) arrendamento da terra e da água. Segundo o Censo da Lavoura Orizícola de 2004/2005, cerca de 39,7% das lavouras do RS pagam pelo arrendamento de terra e água. Temos que o valor médio pago é 25% da produção obtida já seca e limpa. Fizemos um cálculo que ao ser pago 25% da produção seca e limpa tem que ser acrescentado o mínimo de outros 70% como custo de produção para a obtenção destes 25% de produtos que serão entregues, pois não há nenhuma participação do proprietário da terra em insumos e serviços neste montante. Então ao acrescentarmos 70% sobre os 25% teremos outros 17,5% , que resultarão num total de 42,5%. Então numa produtividade de 140 sacos por hectare isso representante 59,5 sacos entreguesa título do arrendamento da terra e água, sobrando ao plantador 80,5 sacos para fazer frente às demais despesas e para o sustento familiar. Essa forma de arrendamento faz com que o proprietário fique deficitário na maiorias os anos, excetuando-se os anos de preços excepcionais. É bom frisar que a soja está na mesma direção.

  • Ainda dá para dizer que a produtividade média da lavoura destes produtores não é 7.000 kg/ha, mas sim 4.025 kg/ha, pois os outros 2.975kg/ha foi obtida pelo proprietário. Não sei se já tinham visto o tema colocado desta forma, penso ser novo e irei apresentá-lo em uma disciplina da Faculdade de Filosofia.

  • Fiz a correção do cálculo da produtividade em quilos/hectare: 4025 para o arrendatário e 2.975 kg/ha para o proprietário da terra.

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