Fenarroz

A 12ª Feira Nacional do Arroz, um dos maiores eventos do setor orizícola na América Latina, está acontecendo no mês de maio em Cachoeira do Sul, com expositores de vários estados brasileiros e países que dominam a tecnologia na produção de equipamentos para o cultivo e o beneficiamento do arroz.

 

Lançamentos

Os visitantes assistirão aos lançamentos mundiais em descascadores, brunidores, polidores e classificadores de arroz, além de máquinas e implementos com tecnologia de ponta para a preparação do solo e colheita do cereal. Os equipamentos foram desenvolvidos pelas grandes indústrias de Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul, estados que reúnem as maiores empresas exportadores da tecnologia neste setor.

 

Negócios

A previsão é de que os negócios durante a feira atinjam os R$ 32 milhões – 25% superior ao volume registrado na Fenarroz de 2000. Os principais bancos estarão na feira oferecendo linhas de crédito com taxas de juros especiais para os produtores.

 

Mais ferro

Cientistas japoneses criaram plantas de arroz transgênicas capazes de utilizar o ferro disponível no solo de maneira mais eficiente. Para isso, introduziram dois genes de cevada, responsáveis pela produção de uma enzima que auxilia na síntese de DMA, um composto que facilita a absorção do ferro pela planta. O arroz produz naturalmente quantidades baixas de DMA. Os pesquisadores pretendem ainda transformar milho e sorgo.

 

Integral

Coma arroz integral, pois sua casca fornece ao organismo uma série de vitaminas. Segundo a nutricionista Sonia Hirsch, "a película que envolve o cereal ajuda a eliminar pelo menos metade dos aditivos, pesticidas e adubos químicos que entram no prato". Quer dizer, o arroz integral desintoxica e nutre.

 

Experiência

Produtores, governos, cientistas e ecologistas se dividem quanto ao tema, mas cresce na Europa a quantidade de cultivos experimentais com organismos transgênicos. Veja:

PAÍS                      EXPERIÊNCIAS
França                           399
Itália                               225
Inglaterra                      175
Espanha                       138
Holanda                        109
Bélgica                            97
Alemanha                       96
Suécia                             42
Dinamarca                     34
Finlância                         13
Grécia                              12
Portugal                           10
Irlanda                                4
Áustria                                4

 

Cobrança da água pode inviabilizar culturas

O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) aprovou uma metodologia de cobrança pelo uso da água sem ter noção do quanto iria custar para cada um dos setores atingidos. Esta foi a conclusão da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Simulações desenvolvidas pela CNA mostraram que a cobrança pelo uso da água representaria de 5% a 17% dos custos de produção do feijão, de 6% a 10% dos custos da cultura do tomate e 12% do preço de comercialização do arroz irrigado, no Rio Grande do Sul.

Segundo a CNA, a agricultura irrigada deixará de ser competitiva, estimulando a importação pelas grandes redes varejistas. Para enfrentar a questão, o setor deverá participar, efetivamente, dos comitês de bacias hidrográficas, responsáveis pelo encaminhamento de propostas de metodologia de cobrança e valores.

 

Genoma

Duas variedades de arroz tiveram seus genomas seqüenciados, primeiro passo para a produção de sementes mais resistentes, mais produtivas, capazes de se adaptar a diferentes climas e tipos de solo. A comunidade científica está entusiasmada. O arroz integra a dieta básica de 50% da população mundial e é o menor genoma entre os cereais usados para alimentação.

 

Genoma 2

Segundo a revista Science, o Beijing Genomics Institute, estatal chinesa, seqüenciou o indica, a variedade mais importante para os chineses. O Torrey Mesa Research Institute, da Syngenta, estudou o japônica, adaptado a regiões áridas. O indica tem entre 45 mil e 56 mil genes, o japônica, entre 32 mil e 50 mil, enquanto o ser humano, de 30 mil a 40 mil.

 

Genoma 3

A Syngenta pediu a patente de alguns genes para acelerar o processo da planta. Em vez dos cruzamentos tradicionais, o conhecimento dos genes permite marcadores genéticos precisos. O processo reduz de 12 a 15 anos para três ou quatro.

 

Gold Rice

Crianças subnutridas serão alimentadas com arroz rico em provitamina A. Cientistas europeus criaram um arroz transgênico capaz de produzir a provitamina A, também conhecida como betacaroteno, de coloração amarelada. Com ele, pretende-se reduzir o índice de mortalidade infantil nos países pobres, como na Ásia – onde a maioria da população se alimenta principalmente de arroz – e, talvez, no futuro também no Brasil, já que o cereal faz parte do cardápio diário da população.

 

Gold Rice 2

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 250 milhões de crianças em todo o mundo sofrem carência de vitamina A. Milhares delas morrem, anualmente, vítimas da deficiência. Em princípio, tentou-se resolver o problema da insuficiência de vitamina A com a distribuição de comprimidos. No entanto, a falta de infra-estrutura emperrou o projeto. Assim surgiu a idéia de colocar a vitamina direto no alimento básico.

 

Safra

O mercado internacional do arroz está sinalizando para uma nova realidade. Apesar do Brasil ter retomado a condição de grande importador desde 1988, após uma rápida passagem pelo seleto grupo dos exportadores de cereal, as projeções internacionais mostram que as curvas de consumo e produção começam a separar-se e demonstram que nos próximos 25 anos será necessário um crescimento das colheitas em um volume de 300 milhões de toneladas.

 

Safra 2

Nesta projeção futura, o arroz se tornará um produto estratégico, pois 50% da população mundial consome o cereal e países muito populosos, como China e Japão, indicam que passarão a ser grandes importadores do produto por absoluta impossibilidade de cultivá-lo face a falta de água e de áreas cultiváveis.

O Brasil tem um grande potencial para tornar-se o principal exportador de arroz das Américas, por sua disponibilidade de água e terar de várzeas, além da alternativa do arroz de terras altas, cada vez mais competitivo.

 

Frio 

O frio ocorrido no mês de março causou problemas à lavoura de arroz na região sul do Rio Grande do Sul, principalmente em Santa Vitória do Palmar, Arroio Grande e Jaguarão, onde a plantação estava no período reprodutivo. A lavoura na fase de floração não suporta temperaturas abaixo de 15 graus e, em alguns locais, chegou a fazer menos de nove graus.

 

Chuva 

Chuvas de granizo acarretaram perdas localizadas na lavoura de arroz das regiões de Rio Pardo e São Sepé, além de Dom Pedrito, onde 200 hectares foram prejudicados. Também houve perdas em Bagé, Candelária, Santa Cruz do Sul, Pelotas e Cacequi.

 

Atraso

O Rio Grande do Sul produziu quase 300 mil toneladas a menos por causa do atraso no plantio e, também, pelo excesso de chuvas e de vento no final do ciclo. São Pedro, realmente, andou de cara feia com os arrozeiros nesta safra.

 

Tecnologia

A Embrapa lançou um equipamento que beneficia produtores de feijão, milho e de trigo em várzeas. É o medidor de taxa de difusão de oxigênio (TDO) e Potencial Redox, úteis na diminuição dos prejuízos causados pelo excesso de água no solo. O Brasil tem 30 milhões de hectares de várzeas. Só na Região Sul há uma área de arroz irrigado estimada em um milhão de hectares, plantada anualmente. A área de várzeas, no Rio Grande do Sul, chega a três milhões de hectares, dois dos quais costumam ser deixados em pousio com pecuária ou ainda utilizados em rotação de culturas com milho, soja e sorgo.

 

Mato Grosso 1

O Programa de Incentivo à Cultura do Arroz (Pró-Arroz), proposto pelo Governo de Mato Grosso, pretende estimular o uso de sementes certificadas no estado. Entre outras coisas, o programa prevê a renúncia de um imposto sobre o arroz comercializado em casca e industrializado, desde que os produtores e industriais invistam na qualidade e na produtividade.

 

Mato Grosso 2

O programa também assegura assistência técnica aos produtores, a regularização da propriedade nos órgãos ambientais e a destinação adequada às embalagens de agroquímicos. Para terem acesso ao programa, os industriais precisam estar em dia com o fisco e investir em treinamento e qualificação de mão-de-obra.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter