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Beneficiamento de arroz
no Rio Grande do Sul
cresceu 3,9% em 2015.

As indústrias gaúchas de arroz beneficiaram mais matéria-prima na temporada 2015. O aumento foi de 3,9%, segundo apurou o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) a partir do levantamento da arrecadação da taxa de contribuição para o desenvolvimento da orizicultura (CDO). Segundo o relatório, foram beneficiados 121.447.298 sacas de arroz de 50 quilos base casca, o equivalente a 6.072.365 toneladas, por 185 empresas diferentes, que totalizam 198 plantas industriais (engenhos) diferentes.

Em 2014 foram beneficiados 116.897.069 sacas de arroz. Chamou a atenção, segundo Victor Hugo Kayser, coordenador de política setorial do Irga, a redução de 8% no número de indústrias (16 empresas) de 2013 para 2014, para 216 unidades. A redução em 2015 foi maior ainda (8,3%) e somou o desaparecimento de 18 empresas. “O número de unidades industriais vem em queda, com uma clara tendência de concentração”, reconhece.

A concentração pode ser observada facilmente pelos números coletados pelo Irga. Por intervalo de beneficiamento em 2015 no Rio Grande do Sul nota-se que 34 das 185 empresas que beneficiaram até 15 mil sacas (base casca) representam apenas 0,1% do total beneficiado. Mas, por outro lado, 28 empresas que beneficiam mais de 1 milhão de sacas de arroz em casca representaram 69,1% do volume de processamento anual, embora sejam apenas 15,1% do número de indústrias.

Segundo Kayser, se considerarmos a produção da safra 2014/15 (174.388.974 sacas) como sendo beneficiada em 2015 pela indústria gaúcha, apenas 69,6% do arroz produzido no Rio Grande do Sul foi processado internamente. O restante (perto de 30%) pode ter sido exportado para outros estados ou países ou remanesceu em estoques privados. As 50 maiores indústrias representam 83% do processamento de arroz gaúcho. A Camil se mantém na liderança, seguida de Josapar, Pirahy, Urbano e SLC.

Distribuição de frequência do beneficiamento anual do arroz no RS em 2015

 

FIQUE DE OLHO
Se, com base nos dados da CDO o Rio Grande do Sul hipoteticamente beneficiou cerca de 70% do arroz colhido em 2014 em suas quase 200 indústrias, quatro são as opções restantes, embora não confirmadas, ou alvo do estudo do Irga. Os 30% de diferença podem ter sido remetidos para outros estados, exportados para o mercado internacional, ter permanecido em estoques privados – produtor ou indústria – ou ainda não foram declarados ao sistema de contribuição. Extraoficialmente sabe-se que o vizinho estado de Santa Catarina adquire perto de 500 mil toneladas de arroz em casca em território gaúcho para beneficiar em suas indústrias, o que equivaleria a 6,6% de uma produção média de 7,5 milhões de toneladas, e na última temporada foram exportadas perto de 350 mil toneladas do cereal em casca (4,6%). Diante destas projeções, praticamente 19% da produção gaúcha permaneceria em estoques na virada do ano de 2016, teria sido remetida para outros estados ou, ainda, seguiria sem ser computada no sistema tributário.

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