Frota antiga causa perda de 3,5% em lavouras gaúchas
Mas, se não houvesse a redução de área plantada de 10% nesta safra, possivelmente faltariam máquinas na lavoura.
Além dos 5% de perdas de produção pelo “acamamento” da lavoura, alguns produtores de arroz estão registrando desperdício de até 3,5% do grão na lavoura. O motivo está na baixa tecnologia das colheitadeiras, a maior parte adquirida pelo produtor entre a década de 80 e 90.
Estima-se que a frota de colheitadeiras da rizicultura gaúcha seja de 4 mil unidades, das quais apenas 30% têm menos que cinco anos de uso, segundo estimativas de Paulo Kowalski, gerente de vendas da fabricante John Deere. Em torno de 40% têm mais de dez anos e, o restante, entre cinco e uma década de utilização no campo.
O agravante, segundo ele, é que, em média, as máquinas usadas na cultura do arroz do Rio Grande do Sul têm desgaste 20% maior que as de outras culturas. Isso porque no estado a atividade é irrigada, o que implica na entrada de máquinas em áreas com muito barro e água, condição muito agressiva à máquina, segundo o executivo.
A idade avançada da frota se deve à baixa capitalização dos produtores nas últimas três safras, segundo o presidente da Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Valter Pötter. Segundo ele, por enquanto, as dificuldades estão na qualidade do maquinário. Mas, se não houvesse a redução de área plantada de 10% nesta safra, possivelmente faltariam máquinas na lavoura.
Pedro Paulo Barbosa planta 230 hectares de arroz em Tapes, região Leste do estado, e possui duas colheitadeiras, uma comprada em 1984 e a outra, em 1987. Ele calcula que gasta R$ 10 mil por safra no conserto da máquina. Por conta do baixo desempenho do equipamento, o desperdício na lavoura foi 3,5%. Além disso, há o gasto com combustível. Ele estima ter custo adicional de 20% com diesel por conta das máquinas antigas.