Furou o teto

 Furou o teto

Schoenfeld: 100 sacas por hectare é possível. Desafio é levar toda a lavoura até lá

Lavoura superou
100 sacas no programa
Soja 6000, do Irga

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 Se a meta era provar que é possível alcançar média de 100 sacas de soja colhidas em terras de arroz, o Projeto Soja 6000, desenvolvido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), chegou lá. A lavoura da família Eckert, em Tapes, alcançou 100,5 sacas na área experimental, ou 6.030 quilos por hectare.

Sem a adversidade de clima que prejudicou os resultados na temporada 2015/16 e exigiu uma extratificação nas áreas que resultou em 75,5 sacas de média (4.532 quilos por hectare) no projeto – diante de 2.900 quilos por hectare (48,3 sacas) no Rio Grande do Sul –, no ciclo 2016/17 diversas propriedades alcançaram patamares inspiradores. Nas 62 áreas manejadas pelo projeto, a média extratificada ficou em 79,5 sacas (4.470 quilos por hectare), 5,5% a mais do que a temporada anterior. A comparação é apenas entre as áreas “top”. A média das lavouras experimentais foi de 10,4 hectares, que juntas somaram 644,8 hectares.

Rodrigo Schoenfeld, gerente de pesquisa do Irga, destaca que três produtores alcançaram 94,6 sacas por hectare, ou seja, 5.676 quilos de média. “O programa realizou mais de 60 eventos entre dias de campo e palestras para transferir as tecnologias e debater as experiências de técnicos, produtores e pesquisa. E foi amplificado pela troca de informações entre os participantes do programa gerando uma riqueza impressionante de dados que são disponibilizados pelo Irga pelo meio eletrônico para dar suporte às ações”, explica Schoenfeld.

Entre os agricultores que alcançaram média de 94,6 sacas não houve observação sobre alguma mudança no manejo empregado, mas alguns sojicultores que colheram mais de 90 sacas consideraram que poderiam ter semeado um pouco antes. Na faixa de produtores que colheram de 70 a 90 sacas, 21% da área, sete tiveram perdas por excesso hídrico e problemas de drenagem.

Uma constatação importante deste ciclo foi o abandono das áreas de risco, as mais comprometidas na temporada 2015/16.
Para avaliar o programa, mais de 500 pessoas participaram do 3º Encontro de Produção de Soja em Terras Baixas do Sul do Brasil, em Porto Alegre, em julho. Um dos destaques foi o paranaense Alexandre Seitz, campeão nacional de produtividade em soja pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), que colheu 149,8 sacas por hectare em área destinada à competição. Na lavoura de 1.100 hectares, Seitz mantém média de 75 sacas de soja nos últimos quatro anos e de 12 toneladas de milho em rotação.

Para Rodrigo Schoenfeld, o desafio agora é o aprimoramento do projeto e sua integração com o Projeto 10+, que juntos devem somar perto de 250 unidades de observação na temporada 2017/18. “Houve avanços importantes no manejo, mas ainda há o que ajustar para tornar a soja não só uma opção eventual, mas para complementar agronômica e economicamente a cultura do arroz. Hoje, para manejo de pragas, invasoras e doenças, fertilidade do solo e busca de mais produtividade na orizicultura, e até de renda, a soja é uma aliada essencial. E é com esse foco que o Irga está investindo tanto neste projeto”, finaliza.

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