Futuro é firme

Conjuntura projeta ciclo comercial 2024/25 com preços remuneradores

A configuração do mercado de arroz na reta final do ano safra indica a permanência de preços altos, mesmo na colheita, e pelo menos ao longo do primeiro semestre de 2024. Claro que a oferta tende a causar algum impacto sobre as cotações,
mas, ainda assim, espera-se pisos mínimos de comercialização na faixa dos R$ 90,00, o que não é ruim.

A conjuntura reúne bases firmes nesse sentido. Além do ingresso em nova temporada com estoques baixos no Brasil e zerados no Mercosul, as produtividades não deverão ser tão altas quanto o imaginado. E nem a área total semeada deve confirmar-se por causa do El Niño.

O cenário internacional ajuda no sentido da manutenção de valores remuneradores ao cereal, uma vez que as restrições às vendas por parte da Índia geraram uma reacomodação global da oferta e pressão sobre a demanda. Na condição de um dos
maiores exportadores e importadores mundiais, o Brasil sente reflexodas medidas na Ásia.

Se os EUA recuperaram mercados, feito o do México, por causa de preços e de uma boa safra, há o problema de terem colhido uma safra de qualidade não tão boa.

Se o câmbio ajudar, o Brasil poderá reconquistar mercados também pela referência qualitativa. Internamente estamos vendo a safra gaúcha e catarinense elevar seus custos por replantio, perdas de insumos por chuvas e enxurradas e dificuldades nos tratos culturais. O clima, o câmbio e a relação entre oferta x demanda deverão nortear os preços.

FATORES ALTISTAS
O analista da Conab, Sérgio Roberto Santos Jr., considera fatores altistas a safra e os estoques menores, demanda e preços internacionais mais altos, déficit produtivo mundial (2022/23), entre outros. De outro lado, concorrem para a baixa
a oferta concentrada do Mercosul, a estabilidade do consumo interno, a pressão do fim da colheita, apreciação do real e uma maior safra mundial.

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