Futuro incerto

 Futuro incerto

Risco de El Niño
mais custos e preços
oscilantes geram
incógnita para 2018/19
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Se depender das opiniões das entidades e dos analistas de mercado, a próxima safra de arroz do Rio Grande do Sul será menor do que as 8,4 milhões de toneladas colhidas na temporada 2017/18 e a área cultivada será próxima de 1,050 milhão de hectares. Para a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), a área plantada deve recuar ao menos 5% na próxima temporada por causa dos custos. E a produção, dependendo do clima, deve acompanhar. Ou seja, o estado semearia uma superfície de 1,025 milhão de hectares.

“O fertilizante aumentou 20% sobre a temporada passada e isso afeta diretamente o custo total e uma área importante, que é a produtividade da lavoura”, observa o vice-presidente da Federarroz, Alexandre Azevedo Velho. Para ele, outros fatores ainda poderão interferir mais ainda, como a energia elétrica, combustíveis e frete. “Partimos de um custo que gira entre R$ 43,00 e R$ 45,00 por saca, dependendo da fonte, e em meados de agosto recém estamos alcançando preço equivalente ao custo, com a maior parte da safra já negociada”, lembra. Esse processo descapitaliza o agricultor e torna mais difícil o próximo plantio.

Maurício Fischer, diretor técnico do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), lembra que o preparo antecipado do solo em 2018 está atrasado com relação a 2017. “A colheita na umidade no ano passado deixou muitos rastros de máquinas, que precisam ser corrigidos, principalmente nas áreas de resteva de soja, que representam 300 mil hectares”, observa.

EL NIÑO

Para complicar, Estael Sias, meteorologista da MetSul, destaca que há uma tendência de o clima na primavera comportar-se com chuvas acima da média, seja pela neutralidade ou a possibilidade do fenômeno El Niño. Há chances de que ocorram chuvas torrenciais e enchentes nos meses de setembro a novembro e, depois, em fevereiro e março de 2019. Ou seja, é possível que chova muito nas épocas do plantio e da colheita. A colheita 2017/18 alcançou 8,47 milhões de toneladas com 7.949 quilos por hectare de média.

QUESTÃO BÁSICA
Confirmada condição de clima com excesso de chuvas, ocorrerá a redução das janelas de preparo do solo e plantio, dificultando o acesso das máquinas às lavouras. No caso de El Niño, diminui a radiação solar e aumenta os dias nublados, de mormaço, que facilitam o surgimento de doenças fúngicas e comprometem a produtividade.

“Sob a perspectiva de clima adverso, o arrozeiro precisa utilizar cada janela possível para antecipar o preparo do solo e deixar tudo pronto para aproveitar todas as chances de plantar na melhor época indicada”, recomenda Maurício Fischer, diretor técnico do Irga.

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