Grande competição

 Grande competição

No Brasil Central, o
arroz descobre seus espaços, mas concorre
com soja e milho

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 A safra 2016/17 será marcada por mais um recuo na área de cultivo de arroz no Brasil Central, especialmente nas áreas de cultivo em sistema de sequeiro ou terras altas. No Tocantins, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) considera que para arroz de sequeiro há também uma expectativa de queda da área plantada nesta safra. Isso se deve à menor disponibilidade de áreas novas ou de renovação de pastagens, onde normalmente a cultura é semeada no primeiro ano de cultivo. Escassez de sementes de terras altas no mercado regional também afeta os agricultores tocantinenses, bem como a expectativa de melhor retorno financeiro com outros cultivos, como soja e milho.

No arroz irrigado, o plantio começou na primeira quinzena de outubro. Mesmo com as chuvas de primavera, os níveis de água dos reservatórios ainda são baixos, o que impediu um desenvolvimento mais satisfatório das lavouras no cedo e atrasa as datas de plantio e escalonamento de variedades. Por isso a Conab prevê que a colheita no estado pode aumentar ou diminuir, o que será esclarecido só a partir do final de novembro, a partir do comportamento do clima.

Para o Mato Grosso, a estimativa nova é de recuo na área de arroz, mas a avaliação é preliminar, pois a semeadura começará em dezembro. Em contrapartida, o rendimento tende a ser superior aos 3 mil quilos por hectare tendo em vista a expectativa de melhores condições climáticas para a safra, o que poderá compensar parcialmente a eventual queda na produção estadual do grão em decorrência da perda de área plantada. A partir disso projeta-se produção entre 378 mil e 472,4 mil toneladas do cereal.

OUTROS HORIZONTES
O Maranhão já foi o maior produtor de arroz do Brasil no século passado. Na década passada chegou a sinalizar com uma recuperação pelo avanço das áreas irrigadas e tecnologias gaúcha e catarinense, mas retornou à tendência de redução de área cultivada e produção, confirmada mais uma vez para a temporada 2017. Somente em dezembro haverá uma conjuntura mais clara, com toda a lavoura implantada.

Essa redução de área, que se verifica a cada safra no estado, é sempre objeto de discussão com entidades que lidam com a agricultura maranhense. Entende-se que essa redução sistemática não decorre de condições climáticas, mas pela substituição de culturas, da pecuária de corte, que são atividades que estão trazendo retornos mais significativos, além de uma grande oferta de arroz de outros estados. Além disso, o Maranhão tem boa parte da área cultivada usando sistemas arcaicos de produção com produtividade de mil a 2 mil quilos por hectare. São os casos das roças de toco, que ainda utilizam a queima da vegetação, e das lavouras de vazantes, que ocupam regiões alagadiças de rios.

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