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Analista francês aposta no potencial do arroz brasileiro .
Até 2018 este comércio alcançará 40 milhões de toneladas. Exceto por problemas climáticos ocasionais na Ásia, a produção seguirá crescendo. O consumo também, gerando demanda de novos saltos produtivos. A Ásia, que produz e consome 90% do arroz do mundo, tem problemas estruturais como falta de terras e água para a agricultura. “O potencial de expansão agrícola atual está limitado à América Latina, principalmente ao Brasil, e parte da África, onde os asiáticos já produzem arroz”, lembra Villar.
Por isso o mundo vê com muita atenção a entrada do país no comércio internacional. “O potencial brasileiro é muito grande, a qualidade do arroz também, mas é preciso evoluir em logística e inteligência econômica”, frisou. Segundo Patrício Méndez del Villar, o Brasil será um ator no grupo intermediário dos exportadores mundiais, na faixa de 500 mil a 1 milhão de toneladas, pois não dispõe de grande produção e, por limitações logísticas, precisará concentrar operações nos mercados próximos, como as Américas, a África e a Europa. “Nos mercados próximos há muito terreno para avançar”, avisa.
O economista considera que o Brasil precisa aprender a lidar com essa condição e buscar um superávit produtivo exportável. “Hoje o país exporta por um lado, mas importa de outro. É importante para manter o equilíbrio do mercado interno, mas uma situação diferente de outros grandes exportadores, que vendem os excedentes”, relata. Para ele, em algumas circunstâncias pode até compensar ao Brasil importar arroz em casca dos vizinhos e exportar produto beneficiado e de alto valor agregado. Para ele, o forte das exportações anuais brasileiras deverá se concentrar entre janeiro e julho, após o grosso das exportações da Ásia e antes da safra norte-americana, em agosto.